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Palestinos pressionam Israel para estabelecer a paz
Da AP 02/02/2000 16h36
Em Cidade de Gaza (Faixa de Gaza)
A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) debateu nesta quarta-feira (2) uma declaração unilateral de independência para pressionar o governo de Israel a negociar a criação de um estado palestino.
A assinatura do acordo está prevista para setembro. Entretanto, é possível que a estrutura do tratado ainda não esteja delineada quando se encerrar o prazo das conversações, em 13 de fevereiro. As avaliações sobre o processo são pessimistas. Três meses de conversações "não levaram a nada", alertou Nabil Amr, ministro e assessor próximo ao líder palestino Yasser Arafat.
Na quinta, Arafat e o primeiro-ministro de Israel, Ehud Barak, voltam a se reunir para uma nova tentativa de acelerar as negociações pela paz. O premier pretende entregar a Arafat um mapa mostrando a retirada das tropas israelenses de 6,1% do território da Cisjordânia, manobra inicialmente fixada para 20 de janeiro, mas que acabou sendo transferida para a próxima semana. Segundo a emissora de rádio Voz de Israel, o traçado foi aprovado nesta quarta pelo gabinete de segurança.
Antecipando-se ao encontro de quinta, o Conselho Central da OLP reuniu-se na quarta, em Gaza, para elaborar uma possível declaração unilateral de independência. "O povo palestino tem direito a um Estado, o povo palestino tem direito de decidir no momento certo", defendeu o presidente do Conselho Salim Zanoun.
A declaração unilateral é um dos poucos artifícios que Arafat poderá usar contra Israel. Apesar dos muitos riscos que envolve, o líder palestino deverá, ao que parece, lançar mão dessa estratégia, para fechar o acordo de paz.
Arafat não cansa de afirmar em alto e bom tom que o Estado palestino será estabelecido este ano. E que, esgotado o prazo de setembro sem um tratado, ele não terá outra opção senão a declaração unilateral. Os palestinos temem o esquecimento, com a retomada das negociações entre Síria e Israel.
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