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Droga para colesterol pode combater osteoporose

Da AP 02/12/1999 15h26
Em Washington

Uma droga anticolesterol tomada por milhões de pessoas para prevenir ataques cardíacos teria o efeito adicional de restaurar ossos debilitados pela osteoporose. Um estudo com ratos de laboratório revela que as drogas estatinas, tomadas para reduzir o nível de colesterol, incitam as células de crescimento a recuperar ossos atingidos pela osteoporose. O estudo será publicado nesta sexta-feira (3) na revista Science.

Embora não se tenha ainda testado o uso das estatinas para a reconstrução óssea em seres humanos, um estudo retrospectivo de pacientes com osteoporose que tomaram o medicamento para reduzir seu colesterol revela que seus ossos recuperaram densidade, diferentemente daqueles que não tomaram a droga.

Um grupo dirigido por Greg Mundy, endocrinologista da Universidade do Texas, descobriu o uso potencial das estatinas depois de testar mais de 30.000 compostos como reforçadores de osso. "A descoberta caiu como um raio de um céu claro", disse Mundy. "Não esperávamos".

Mundy disse que a droga estimula a produção de BMP2, uma enzima que induz os ossos a gerar células novas. Existem alguns indícios de que a droga diminui o número de osteoclastos, as células que reduzem a densidade óssea.

As estatinas duplicaram a densidade dos ossos das patas e da espinha vertebral em ratos de laboratório. Mundy disse que havia testado a droga em ratos alterados cirurgicamente para perder osso tal como ocorre com as mulheres idosas. Depois do tratamento com as estatinas, os ossos se fortaleceram e seu volume cresceu em 96% comparado com os ratos alterados que não receberam a droga.

O doutor Sundeep Khosla, pesquisador de osteoporose na Clínica Mayo, de Rochester, Minnesota, considera que as pesquisas de Mundy são "muito promissoras". Khosla ressaltou que algumas drogas retardam a erosão óssea na osteoporose, mas as estatinas poderão ser as primeiras que restauram o osso perdido pela doença. "É uma descoberta fascinante e inesperada", disse Khosla, advertindo, porém, que o trabalho deve ser verificado por outros pesquisadores.


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