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Chefe de serviço secreto é suspenso por causa de neonazista

08/06/2000 15h19
da Deutsche Weele

O polêmico chefe do serviço secreto da Turíngia, na ex-Alemanha Oriental comunista, Helmut Roewer, foi suspenso nesta quinta-feira (8), um dia depois de anunciado que um neonazista com antecedentes criminais foi informante e fez propaganda nazista com dinheiro do órgão público.

O secretário do Interior, Christian Köckert, admitiu que Thomas Dienel recebeu 25.000 marcos por informações que dera ao serviço secreto, em 1996 e 97, mas negou que o neonazista tenha feito propaganda com dinheiro do contribuinte, como dissera a uma emissora de tv. A Promotoria Pública começou a investigar o escândalo.

Os principais motivos da suspensão de Roewer, de 51 anos, segundo o secretário do Interior, foram suas querelas com agentes do serviço secreto e indiscrições, que geraram manchetes vergonhosas na imprensa.

Ele começou a chefiar a agência de informações em 1994 e este não é o seu primeiro escândalo. No ano passado, disse que "o nazismo não teve só lados ruins".

O PDS (Partido do Socialismo Democrático), sucessor do Partido Comunista da antiga Alemanha Oriental acusou Roewer várias vezes de ser conivente com a extrema-direita e exige a sua aposentadoria precoce. No ano passado, ele suspendeu o chefe do departamento de combate ao radicalismo de direita, Karl Schrader, por diferenças de opinião. Schrader recorreu à justiça e o processo está tramitando.

O neonazista engajado por Roewer, Dienel, já foi condenado por causa de delitos de propaganda nazista e por ter jogado cabeças de porco no pátio da sinagoga da capital da Turíngia, Erfurt, após a morte do penúltimo presidente do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, Hans Galinski.

Mesmo assim, o secretário do Interior, Köckert, disse não entender porque tanta indignação com o engajamento de Dienel no serviço secreto. A cooperação de radicais de direita com antecedentes criminais é comum, segundo ele, para obter informação do reduto neonazista.

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