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Presidente do partido conservador alemão diz que não irá renunciar
Da AP 11/01/2000 20h01
Em Berlim
O presidente do partido conservador da Alemanha, envolvido por sua própria admissão no escândalo de doações políticas condenáveis que cerca o ex-chanceler alemão Helmut Kohl, insistiu nesta terça-feira (11) em que não renunciará.
"Não tenho, absolutamente, nada a ocultar", declarou em entrevista Wolfgang Schaeuble, que assumiu a direção da União Democrata-Cristã após a derrota eleitoral de Kohl em 1998.
Schaeuble admitiu ter recebido uma doação equivalente a 52.000 dólares de um empresário alemão-canadense cujo nome surgiu no escândalo de Kohl.
Mas, Schaeuble, que na ocasião era chefe do bloco parlamentar do partido, disse que nada fez de impróprio porque, simplesmente, entregou o dinheiro à então tesoureira Brigitte Baumeister, que era responsável pelos livros contábeis.
O partido não podia aceitar legalmente o dinheiro porque o doador, Karlheinz Schreiber, não queria aparecer nos livros.
Os promotores de Bonn, que consideram a possibilidade de apresentar acusações criminais contra Kohl por manter contas partidárias ilegais na década de 90, disseram hoje que não tinham base para ampliar sua investigação de forma a incluir Schaeuble.
Kohl admitiu ter recebido pessoalmente até o equivalente a um milhão de dólares em doações secretas e ter mantido o dinheiro fora dos livros do partido. Mas, se negou a identificar os doadores, alegando que não quebraria sua palavra de honra de não revelar as identidades.
O assunto abala a imagem dos conservadores quando começam a se recuperar da derrota eleitoral que sofreram em 1998 do Partido Social Democrata do chanceler Gerhard Schroeder. Os dirigentes conservadores começaram a se afastar de Kohl, que dirigiu o partido durante 25 anos.
Enquanto isso, o Parlamento investiga se durante os 16 anos de governo de Kohl houve alguma influência das doações secretas, o que Kohl negou categoricamente.
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