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Assessor de Ocalan é condenado à morte na Turquia

AP 20/05/99 15h34
De Ancara

O principal assessor do líder rebelde curdo Abdulah Ocalan, Semdin Sakik, foi condenado à morte nesta quinta (20) sob a acusação de ter assassinado centenas de pessoas na luta pela autonomia curda.

Um tribunal de três juízes -um militar e dois civix- condenou Sakik à pena capital por traição. Ele foi considerado responsável pelo assassinato de 283 pessoas em 191 atos de violência cometidos pelo Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). Ele também foi acusado de tentar criar um Estado curdo independente.

A pena de morte ainda deve ser aprovada pelo Parlamento. Nenhum criminoso é executado na Turquia desde 1984.

Sakik, de 40 anos, era o cérebro das operações do PKK na Turquia. A decisão contra o assessor de Ocalan é um mau sinal para o líder do PKK, acusado da morte de mais de 30 mil pessoas.

O irmão de Sakik, Arif, também foi condenado à morte no julgamento em Diyarbakir, a cidade mais importante do sudeste da Turquia, onde é travada una guerra de guerrilha desde 1984.

Cerca de 37 mil pessoas morreram no conflito entre o PKK e o exército turco. Os irmãos podem apelar.

Antes de ouvir a sentença, Sakik manifestou arrependimento e pediu clemência. "Fui eu que levei adiante a luta mais encarniçada contra o conflito armado dentro da organização porque compreendi que o que se fazia equivalia a terrorismo", disse aos juízes, acrescentando: "Peço ao tribunal que leve isso em conta".

A corte rejeitou o pedido de prisão perpétua devido à posição do acusado na organização e à gravidade dos fatos.

Ele é acusado de ter ordenado um ataque, em 1993, em que morreram 33 soldados desarmados. Em um interrogatório citado na acusação a Ocalan, Sakik disse que não sabia do ataque, realizado, segundo ele, por ordem de outro comandante.

Ocalan aguarda julgamento na prisão da ilha Imrali, onde o tribunal se reunirá, por motivos de segurança. A primeira audiência está prevista para 31 de maio.


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