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Israel se concentra agora no Líbano e nos palestinos

Da AP 27/03/2000 11h57
Em Jerusalém (Israel)

Após o fracasso de uma tentativa dos Estados Unidos de reiniciar as conversações com a Síria, o primeiro-ministro Ehud Barak está preocupado com a agilização do processo de retirada do Líbano e em chegar a um acordo definitivo com os palestinos.

Enquanto isso, em Damasco, o chanceler sírio Faruk al-Shará declarou que o presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton não ofereceu nada de novo em sua reunião com o presidente sírio Hafez Assad, em Genebra.

"Nos surpreendeu o fato de o presidente norte-americano não trazer nada de novo por parte de Israel. Apenas a pergunta do que poderia ser feito para ajudar o primeiro-ministro israelense Ehud Barak em sua difícil situação, que acreditamos que foi criada por ele mesmo", disse Al-Shará ao jornal libanês As-Safir.

Tanto o Líbano como a Síria, que exerce o poder de fato no Líbano, advertiram que não podem garantir a segurança na fronteira israelense se Israel se retirar unilateralmente sem um acordo de paz.

Israel acredita que a Síria usa as guerrilhas islâmicas do Hizbolá no sul do Líbano para pressionar a ceder território nas negociações.

Para Barak, um acordo de Paz com a Síria, até agora inatingível apesar de nove anos de intermitentes negociações, é uma prioridade.

Suas promessas de retirar suas tropas do Líbano até julho lhe valeram a vitória nas eleições de maio passado. No entanto, o ministro Haim Ramon declarou hoje que era impossível se chegar a paz com a síria devido à intransigência do país árabe.

"A reunião de cúpula foi um tremendo fracasso. Sou muito, muito pessimista quanto às probabilidades de se chegar à paz com a Síria", afirmou Ramon, acrescentando que, devido à falta de mudança na posição síria, Barak deverá reorientar seus esforços a outras frentes do processo de paz.

O ministro de Comunicações Binyamín Ben-Eliezer disse, em entrevista à Rádio do Exército, que Barak provavelmente agilizará sua retirada do Líbano, já que é mínima a probabilidade de se chegar a um acordo com a Síria antes de julho.

O governo israelense acredita que uma retirada do Líbano debilitaria a capacidade da Síria de pressionar Israel a devolver as Colinas de Golán, capturadas por Israel na guerra de 1967. No entanto, os governos da Síria e do Líbano advertem que uma retirada unilateral desataria uma guerra.

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