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Governo católico-protestante na Irlanda depende do IRA

30/05/2000 18h48
da AP
em Belfast (Irlanda do Norte)

A Irlanda retomou nesta terça-feira (30) pela segunda vez a tentativa de formar um governo católico-protestante, e as partes envolvidas no processo de pacificação do país manifestaram esperança de que a improvável coligação sobreviva.

Por enquanto, nada indica que o funcionamento do gabinete comum será tranquilo. O acordo de paz de 1998 para a província já foi afetado antes pelas discussões sobre o desarme do IRA (Exército Republicano Irlandês, em inglês).

Junto aos ministros do gabinete do seu partido vinculado ao IRA, o líder do Sinn Fein, Gerry Adams, disse que está disposto a travar uma "batalha" a cada dia com seus colegas protestantes e com o governo britânico para fazer funcionar o sistema.

"As dificuldades não desapareceram", disse Adams no edifício parlamentar de Stormont, a sede do governo. Os conflitos mais imediatos se referem à reforma da força policial, predominantemente protestante na Irlanda do Norte. Precisa ser decidido se a bandeira britânica seguirá balançando sobre Stormont e sobre outros edifícios governamentais e se o proscrito IRA continuará emperrando o desarme inspecionado por organismo internacionais.

O maior partido protestante, os Unionistas de Ulster, aceitaram trabalhar conjuntamente com o Sinn Fein desde que o IRA comece a entregar seu arsenal oculto aos poucos.

O IRA não procedeu seu desarme este ano, o que fez com que a Inglaterra suspendesse os poderes do gabinete em fevereiro, depois de apenas 11 semanas da sua criação. Entretanto, este mês, o IRA prometeu colocar suas armas em "desuso" -eufemismo para desarme- se achar que o sistema de poderes compartilhados realmente está funcionando.

Como consequência, a Inglaterra reestabeleceu o poder do governo católico-protestante. "Sinn Fein e IRA sabem o quanto depende disto", disse David Trimble, líder dos Unionistas de Ulster, que no final de semana passado recebeu apenas o apoio da minoria das bases do seu partido para reingressar no governo junto ao Sinn Fein.

"O IRA deve começar o desarmamento rapidamente e de boa vontade", disse Trimble. Se não for assim, acrescentou, "mais uma vez se mostrará que esta proposta de governo é insustentável".

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