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EUA entregam canal ao Panamá nesta sexta
Da Agência Folha 30/12/1999 20h56
Na Cidade do Panamá
A meio-dia desta sexta (31) (16h no Brasil), os Estados Unidos entregam o controle do Canal do Panamá ao governo panamenho, numa devolução que ocorre depois de quase um século de administração e ocupação militar norte-americana.
Será o final de uma era em que, para os Estados Unidos, controlar a passagem entre os oceanos Atlântico e Pacífico era prioridade econômica e geopolítica.
O canal, inaugurado em 1914, já não tem a mesma importância, por exemplo, que na Segunda Guerra Mundial, quando serviu de base para os navios norte-americanos que partiam em direção ao Japão. Nessa época, os EUA chegaram a ter cerca de 65 mil soldados na região. Na década de 90, não passavam de 10 mil.
Mesmo assim, uma cláusula do tratado que acertou a devolução, há 23 anos, dá aos Estados Unidos o direito de intervir no país caso a neutralidade do canal seja ameaçada.
Mas o significado geopolítico do Panamá para os EUA hoje é outro. O país, que tem uma mal policiada fronteira com a Colômbia, é ponto sensível na estratégia de combate ao narcotráfico.
O Panamá não tem Forças Armadas, desmanteladas depois da prisão do ditador Manuel Noriega, em 1989, pelo governo dos EUA. Apenas policiais (são cerca de 13 mil no país). Por policiamento, entenda-se desde cuidar do trânsito até proteger fronteiras.
Além do próprio canal, o Panamá herda também uma infra-estrutura de mais de 6.000 casas, uma ferrovia e uma base aérea, entre outras propriedades, patrimônio avaliado em US$ 3 bilhões.
(Malu Gaspar)
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