100 anos de mulher nas Olimpíadas


da Folha de S.Paulo

Há exatos cem anos, em 11 de julho de 1900, a primeira mulher recebia um ouro olímpico. Foi a britânica Charlotte Cooper, vencedora nas finais de simples e duplas mistas nos Jogos de Paris.

De lá para cá, a presença feminina só tem aumentado. Elas representavam 1,4% dos atletas na Olimpíada parisiense (16 pioneiras -contra 1.076 homens). Em Atlanta-1996, já eram 35% do total, e o número deve subir para 37% em Sydney-2000.

Nessa expansão feminina, o esporte apenas acompanhou a sociedade em geral, recebendo os efeitos das mudanças históricas. Exemplo: nos anos 20, as mulheres ampliaram sua participação olímpica (de 2,4% para 9,6% do total de atletas), ao mesmo tempo em que ganhavam direito a voto em vários países.

Outro exemplo: nas décadas de 60 e 70, quando surge e ganha força o movimento feminista, os Jogos têm novo "boom" de mulheres (de 10,1% em Roma-1960 para 20,6% em Montreal-1972).

Mas esse caminho foi complicado, afinal, o próprio fundador do movimento olímpico, o francês Pierre de Coubertin (1863-1937), era reticente à idéia de senhoritas competindo. Elas começaram atuando em esportes alternativos do programa olímpico, como o tênis, o golfe e o tiro com arco. Só entrariam nas chamadas ""modalidades nobres" mais tarde: na natação, em 1912, e no atletismo, só em 1928.

Na primeira Olimpíada moderna, Atenas-1896, as mulheres foram proibidas de competir, repetindo um velho costume grego, afinal, nos Jogos da Antiguidade, elas eram barradas até para entrar nos estádios das competições.

Naqueles, então, só entravam as sacerdotisas de Hera (mulher de Zeus), damas solteiras que se encarregavam da chama olímpica na cerimônia de abertura. Tanta restrição só foi relaxada após um episódio curioso: em 744 a.C., o boxeador Peisidouros levou ao local da luta sua mãe, Pherenice, fantasiada de técnico. Ela própria se denunciou, comemorando efusivamente quando o filho venceu. Foi presa, mas, no julgamento, argumentou ter desobececido às leis por amor maternal.

Assim, elas até ganharam uma versão feminina da Olimpíada, a Heraea, que acontecia também a cada quatro anos. Rendas e babados

 
 
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