Presidente da Câmara cede às pressões do PMDB
AJB 03/01/97 20h33
De Brasília
Uma conversa nesta sexta-feira (3) entre o presidente Fernando Henrique
Cardoso e o presidente da Câmara, deputado Luís Eduardo Magalhães
(PFL-BA), adiou para o dia 13 de janeiro a votação da emenda da
reeleição na Comissão Especial. Luís Eduardo queria votar a
emenda na próxima semana, no dia 8, mas cedeu às pressões do PMDB, que só
aceita apreciar a emenda depois da convenção nacional do partido,
marcada para 12 de janeiro.
Há duas semanas, o líder do PMDB, deputado Michel Temer (SP), que é candidato
à presidência da Câmara, alertou Luís Eduardo sobre as dificuldades de votar
a emenda na próxima semana. Como o dia 13 cai numa segunda-feira, um dia de
pouca movimentação no Congresso, a votação deve ficar para a
segunda ou terça-feira.
"Vamos aguardar a convenção do PMDB. Acho que podemos votar a emenda
toda este mês na Câmara, mas só depois do dia 12", disse Michel Temer. Na
convenção, o PMDB não deverá fechar questão sobre a
emenda da reeleição. Ou seja, cada deputado irá votar a emenda como
quiser. Temer acredita que mais de 70% da bancada de 102 deputados do
partido será favorável à reeleição de Fernando Henrique Cardoso. Pelo
novo cronograma traçado, a emenda da reeleição será votada na segunda
quinzena de janeiro na Comissão Especial.
A idéia é que a primeira votação da emenda no plenário da Câmara seja
feita no dia 22 de janeiro. A segunda votação da emenda deve ocorrer
no dia 29 de janeiro, antes de Luís Eduardo deixar a presidência da Câmara.
Serão necessários os votos favoráveis de 308 deputados para que a
emenda seja aprovada, em cada uma das votações. Os líderes governistas
contabilizam 320 votos a favor da emenda na Câmara. Se aprovada pelos
deputados, a emenda vai para o Senado Federal precisando ser aprovada,
também em duas votações, por 49 dos 81 senadores, em cada votação.