Problema salarial da polícia é nacional

Só houve acordo em Minas, Pará e Piauí
 

Brasil Online 17/07/97 21h33
De São Paulo

O problema dos baixos salários das polícias militar e civil em todo o país vinha sendo empurrado com a barriga pelos políticos, que alegam não ter receita suficiente apesar de dizerem o tempo todo que uma das medidas mais importantes no setor da segurança pública é a reforma salarial. Mas o que era reivindicação salarial de servidores, virou greve como no Pará e no Piauí ou confrontos sérios como os ocorridos nesta quinta em Alagoas e o que deixou um soldado da PM morto em Minas Gerais, no final de junho.

Desde o mês passado em pelo menos 13 Estados brasileiros, os PMs iniciaram movimento de reivindicação salarial. Foram resolvidos no Pará, Piauí e em Minas Gerais. Nos três Estados houve greve mas depois de alguns dias de tensão, os policiais aceitaram as propostas feitas pelos governos.

Nos Estados do Ceará, Santa Catarina e Rio Grande do Sul ainda não houve contrapoposta por parte dos governos. Os gaúchos esperam uma contraproposta até a meia-noite desta quinta. No Mato Grosso do Sul, houve proposta para evitar paralisação, marcada para começar nesta sexta (18) assim como na Bahia. No Mato Grosso, o governo simplesmente alega não ter recursos nem para dar os 100% de aumento reivindicados nem pagar as ações judiciais vencidas pelos policiais.

Em Pernambuco, o governo ofereceu gratificações que aumentam os ganhos dos policiais entre 11% e 29% e mais um abono de R$ 10. A reivindicação era de reajuste de 75% e pagamento de direitos trabalhistas como adicional noturno e horas extras. O comando da PM chegou a prender os líderes do movimento, causando revolta na categoria. Eles foram soltos nesta quinta para evitar maiores confusões. Ainda não houve acordo e a greve continua.

A situação esteve tensa na Paraíba no começo da semana e em São Paulo, onde os policiais civis não aceitaram a contraproposta oferecida pelo governo Covas, de reajuste de 34%. A PM paulista aceitou.

O problema de Alagoas é grave porque acumula os aumentos com o atraso dos salários. Em alguns casos, os funcionários não vêem a cor do dinheiro há oito meses. O governador Divaldo Suruagy (PMDB), que se afastou do cargo nesta quinta, vinha alegando não ter dinheiro para cumprir suas obrigações e dizia estar esperando a libgeração de um empréstimo federal.

Com informações da Agência Folha e AJB

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