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Como a votação da reeleição altera o quadro político

AJB 28/01/97 22h05
De Brasília

Quem ganha

Fernando Henrique - Fez da emenda seu principal objetivo de governo, desde a posse. Poderá disputar novo mandado, caso a emenda seja aprovada, e ganhar mais quatro anos de mandato. Aumenta seu poder para os próximos dois anos.

Michel Temer - A candidatura do líder do PMDB a presidente da Câmara, desgastada nos últimos dias, ganha fôlego com a imposição de seu comando sobre a bancada.

Luís Eduardo Magalhães - O presidente da Câmara elegeu a reeleição como seu grande projeto político para aumentar seu prestígio no Palácio do Planalto. E conseguiu votar o primeiro turno ainda sobre sua gestão.

Antônio Carlos Magalhães - Sua candidatura a presidente do Senado está consolidada com a derrota dos senadores peemedebistas, que eram contra a votação da emenda em janeiro.

PSDB - O partido do presidente Fernando Henrique Cardoso poderá transforma-se no maior partido do país, com a perspectiva de continuar mais quatro anos no poder.

Prefeitos e governadores - Podem conseguir um novo mandato, se a emenda da reeleição chegar ao fim do processo de votação, no Senado, mantendo o privilégio para todos os atuais governantes.

Quem perde

Íris Resende - Candidato do PMDB a presidente do Senado, foi um dos líderes do movimento para adiar a votação da emenda para fevereiro. Instruiu seus deputados para obstruirem a votação. Perde qualquer possibilidade de apoio dos senadores PSDB.

José Sarney - Revoltado com a reprimenda pública do presidente, aumentou sua participação entre os opositores da votação da emenda em janeiro. Apesar da derrota pessoal, a filha, Roseana, ganha o direito de concorrer a mais um mandato como governadora do Maranhão.

Paes de Andrade - Unido à oposição de esquerda, trabalhou contra a reeleição e queria também a votação só em fevereiro. Seus planos de fazer o embaixador Itamar Franco candidato do partido a presidente em 98 ficam prejudicados.

Oposição - O PT, o PDT e o PC do B permaneceram contra a reeleição de Fernando Henrique com vistas à eleição de 1998. Mas agora precisarão rever a estratégia de atuação para o futuro.

Jáder Barbalho - O líder do PMDB no Senado apostou tudo na derrota do governo. Queria a votação apenas em fevereiro para assegurar a presidência do Senado para o PMDB.

Paulo Maluf - Fez corpo-a-corpo com os deputados para impedir a vitória do governo. Candidato a presidente em 1998 pelo PPB, posicionou-se contra a reeleição de Fernando Henrique.

Wilson Campos - Sua candidatura independente do partido, o PSDB, cresceria se a reeleição fosse rejeitada ou adiada a votação para fevereiro.

Itamar Franco - O ex-presidente pretendia viabilizar a sua própria candidatura sem ter que enfrentar Fernando Henrique. Suas chances diminuem muito.