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Motta ameniza crítica à atuação de Temer nas reformas
 

Agência Folha 07/04/97 19h14
De São Paulo

O ministro das Comunicações, Sérgio Motta, recuou na sua crítica ao presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), pela demora na votação da reforma administrativa. Procurando evitar que o bate-boca com Temer esfrie as relações do Legislativo com o Planalto, Motta disse que tudo não passou de ''uma discussão franca com um amigo fraternal''.

Motta teria telefonado para Temer, na última quarta-feira, para reclamar, em linguagem e tom agressivos, do adiamento da votação da reforma administrativa. Motta, que esteve nesta segunda em São Paulo para falar sobre a privatização do setor de telecomunicações em seminário empresarial, confirmou que a conversa telefônica com Temer foi enérgica de parte a parte, com a liberdade que amigos se permitem ter de discutir francamente, mas disse: ''ninguém bateu o telefone na cara do outro, desligamos conjuntamente''.

Amenizando o ataque da semana passada, Motta qualificou Temer de ''um excepcional presidente da Câmara'', que está respondendo ao desafio de substituir ''um presidente da qualidade de Luiz Eduardo Magalhães (PFL-BA)''. Motta disse que Temer, usando seu saber jurídico, honrará o país como chefe do Poder Legislativo. O ministro das Comunicações disse que criticou o adiamento da votação da reforma administrativa porque ela é fundamental para acabar com os ''marajás do serviço público''.

Segundo Motta, o salário teto de R$ 10.800,00 para o funcionalismo público significa um salário anual de US$ 150 mil, inexistente, acredita ele, até no serviço público dos Estados Unidos. ''Acho que precisamos ter a coragem de votar, porque o povo quer a reforma. Quem não quer é uma minoria de 2 milhões pessoas, é o corporativismo, mas 160 milhões de pessoas querem a reforma administrativa'', disse.



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