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FHC nomeia Jobim e defende mudança no Judiciário
 

Agência Folha 07/04/97 19h34
De Brasília

O presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta segunda, ao nomear o ministro Nelson Jobim para o STF (Supremo Tribunal Federal), que conta com o ''dinamismo'' dele para influenciar mudanças no Poder Judiciário, mas sem ''falsos pruridos autonomistas''.

''Nós precisamos, sobretudo, de bom senso e sabedoria. Talvez até mais de bom senso que sabedoria, no sentido de apenas conhecimento. (...) Para que nós possamos, independentemente dos interesses que existem -que são legítimos-, assegurar no STF às pessoas, como é o caso, que elas discutam, com toda a liberdade, e ajudem o país a remodelar as suas instituições'', afirmou FHC.

Para o presidente, o STF tem essa possibilidade ''porque ele está constitucionalmente fora do jogo de poder, do dia-a-dia político, mas está dentro do jogo da cidadania, dentro do jogo dos interesses nacionais, ele está dentro da política com 'P' maiúsculo''. Para ele, o STF ''é um terreno inovador que o ministro Jobim passa a atuar''.

Ao comentar o fato de, apesar da interferência de Jobim no caso, o julgamento dos envolvidos no massacre de trabalhadores sem-terra em Eldorado dos Carajás (PA) só ser viável a partir do ano 2000, FHC defendeu a reforma da estrutura da Justiça. ''Senhor ministro do Supremo (Jobim), (sua presença no STF é necessária) para que o Judiciário entenda que é preciso sim uma atitude de reforma dele próprio, como nós aqui do Executivo fazemos com nossas próprias situações'', afirmou FHC.

Com a saída de Jobim para o STF, o presidente nomeou para o cargo, interinamente, o atual secretário-executivo do Ministério da Justiça, Milton Seligman. ''Nem eu sei ainda quem será o novo ministro'', afirmou FHC.



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