Agência Folha 17/04/97 15h04 De Brasília Os trabalhadores sem-terra que estão em Brasília retomaram por volta das 14h30 desta quinta-feira a caminhada para chegar em frente ao Congresso Nacional. Depois de terem almoçado arroz, feijão, macarrão e frango, eles se organizaram em fila para continuar a caminhada. Embora visivelmente cansados, os integrantes da marcha se dizem bem dispostos. Mesmo os trabalhadores já assentados afirmam que ''é preciso continuar a luta''. ''Não é só dar terras. Precisamos de saúde e educação'', disse Adelir de Lima, 20, assentado em Pitanga (PR), que participa da marcha desde o seu início, em 17 de fevereiro, em São Paulo. Para Aristides Campo limpo, 64, de Londrina (PR), que também participa da marcha desde o início, disse que ''o mais importante é não se acomodar''. ''Estou assentado e estou marchando. Só vou me acomodar no dia em que morrer'', afirmou. Segundo eles, a marcha ocorreu sem problema. Para Aristides, o mais difícil foi o trecho percorrido no Estado de São Paulo, durante 31 dias. ''Estava calor demais. De Minas Gerais para cá já foi tranquilo.''
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