AJB 03/11/98 22h53 De Brasília O comitê do presidente Fernando Henrique Cardoso gastou mais do que arrecadou na campanha que o levou à reeleição. De acordo com a prestação de contas apresentada neta terça (3) pelo PSDB, que centralizou quase todos os gastos da campanha, as dívidas pendentes são de R$ 2.909.096,47 milhões. O partido arrecadou R$ 43.022.469,59 e gastou R$ 45.931.566,06. O PFL, que também integrou a coligação, declarou uma arrecadação de R$ 306 mil e despesas de R$ 300.434,09 - uma sobra de R$ 5.565,91. Hoje foi o último dia do prazo legal para entregar o balanço do financiamento de campanha no Tribunal Superior Eleitoral. O prejuízo contrasta com o resultado de 1994, quando a arrecadação da campanha de Fernando Henrique superou os R$ 36 milhões, com um gasto de aproximadamente R$ 31,7 milhões - sobra de quase R$ 5 milhões. Apesar do aumento de quase 50% no valor nominal das despesas das campanhas de 1994 e 1998 - de R$ 31,7 milhões para R$ 45,9 milhões - o gasto real desta eleição foi menor do que o gasto da anterior. Se levada em conta a variação da Unidade Fiscal de Referência (Ufir), as despesas do comitê de Fernando Henrique em 1994 equivaleriam hoje a cerca de R$ 47,4 milhões ou R$ 1,5 milhão a mais das despesas de 1998. O balanço apresentado pelo comitê de campanha do candidato derrotado Luiz Inácio Lula da Silva mostra que os dois principais partidos da Frente Brasil Popular, PT e PDT, também fecharam suas contas no vermelho. As dívidas pendentes dos dois partidos somam R$ 735.984. A prestação de contas da campanha de Lula indica queda de arrecadação e de gastos mesmo em valores nominais. Em 1994, Lula declarou ter gasto R$ 4.206.114,62 na campanha, de uma arrecadação de cerca de R$ 3,9 milhões. Este ano, os dois principais partidos da Frente Brasil Popular, PT e PDT, declararam uma arrecadação de R$ 3.184.838,65, com despesas de 3.920.822,96. Em valores reais, a receita e a despesa da campanha de Lula caíram quase 50% em relação a 1994. Os candidatos que terminam a eleição com dívidas pendentes são obrigados a demonstrar no TSE como vão arrecadar os recursos para quitar os débitos. Até as 20h de hoje, três candidatos não haviam apresentado suas contas: Tereza Ruiz (PTN), João de Deus (PT do B) e Alfredo Sirkis (PV). De acordo com ministros do TSE, no entanto, é praxe conceder um prazo de tolerância para que todos os partidos possam apresentar o balanço final do financiamento de campanha. O comitê de Ciro Gomes, do PPS, que apresentou uma previsão de gastos máximos de R$ 33 milhões, declarou uma arrecadação líquida de apenas R$ 29.085, com gastos de R$ 29.000. Entre as contas apresentadas hoje, chamam a atenção os dados de Enéas Carneiro (Prona) e Ivan Frota (PMN): ambos declararam não ter arrecadado nem um centavo para a campanha, e gastos igualmente nulos. Eymael, candidato do PSDC, declarou ter arrecadado R$ 109.764,30 e gasto R$ 109.744,32, com sobra de R$ 19,98. Sérgio Bueno, do PSC, disse ter arrecado R$ 210 e gasto R$ 10,32. O comitê de Zé Maria, do PSTU, arrecadou R$ 19,4 mil e gastou R$ 14,7 mil, com sobra de R$ 4,7 mil. (Renato Fagundes)
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