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Garotinho dispara na disputa para o governo do Rio
 

AJB 04/04/98 15h35
Do Rio de Janeiro

O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, aumentou sua distância sobre o presidente Fernando Henrique Cardoso na preferência do eleitorado fluminense. Num eventual 2° turno, Lula ganharia no Estado do Rio com uma margem de 10 pontos percentuais. O petista teria 55% contra 45% do tucano. Há 15 dias, essa diferença era de apenas quatro pontos -52% a 48%.

O resultado está na segunda rodada da pesquisa Jornal do Brasil-Universidade Federal Fluminense, realizada em 30 e 31 de março, com 1.300 entrevistados, de 35 municípios.

Em relação à primeira rodada, feita em 15 e 16 de março, o resultado para o 1° turno não se alterou: os dois candidatos continuam empatados tecnicamente. Lula, porém, aparece na frente: tem 31% contra 30%. Na anterior, o presidente tinha 28% e o petista, 27%. O candidato do Prona, Enéas Carneiro, aparece com 11%, seguido do ex-ministro Ciro Gomes (PPS), com 7%. Votos nulos e brancos somam 17%; indecisos, 4%.

A rejeição aumentou para todos. Fernando Henrique passou de 38% para 42%; Lula, de 27% para 34%; Ciro, de 15% para 22%; Enéas, de 26% para 39%.


A seis meses das eleições, a situação vai ficando cada vez mais favorável para o PDT na disputa pelo governo do Estado do Rio de Janeiro. Na segunda pesquisa Jornal do Brasil-Universidade Federal Fluminense, o ex-prefeito de Campos (no norte fluminense) Anthony Garotinho atingiu o patamar de 40% das intenções de voto. O pedetista deixa longe o ex-prefeito César Maia (PFL), com 23%, e o governador Marcello Alencar (PSDB), com 17%. Num hipotético 2° turno, derrotaria César Maia por 59% a 41% e Marcello por 55% a 35%.

Na comparação com a sondagem estimulada da pesquisa anterior, feita em 16 e 17 de março, Garotinho ampliou de 12 para 17 pontos percentuais a vantagem sobre César Maia. Enquanto o pedetista subiu de 37% para 40%, o pefelista caiu de 25% para 23%. Os votos brancos e nulos somam 15% e os indecisos, 5%. A candidatura do PDT cresceu no interior, sobretudo no norte, no sul e na área Niterói-Região dos Lagos.

A ampliação da diferença a favor do ex-prefeito campista nessas regiões é a grande novidade, aponta o cientista político Jairo Nicolau, do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj). Consultor da sondagem JB-UFF, Jairo observa que, exceto pela consolidação da candidatura do PDT no interior, a dança dos números não expressa mudança importante, até porque a margem de erro é de 3%. "Não ocorreu nenhum solavanco. Em termos técnicos, os candidatos continuam nas mesmas posições", esclarece.

No norte do Estado, que tem Campos como pólo e represeta 7% do eleitorado, Garotinho subiu de 67% para 75%. "Isso provavelmente se deve ao plebiscito que ele fez domingo, antes de deixar a prefeitura", diz o coordenador da pesquisa, Alberto Carlos Almeida, do Departamento de Ciência Política da universidade. No sul (equivalente a 8% do eleitorado), o pedetista pulou de 27% para 44% em relação à última pesquisa. E em Niterói e na Região dos Lagos (16% dos eleitores), de 39% para 51%. O maior avanço de Garotinho é sobre os eleitores indecisos.

A única região em que a pesquisa registra revés de Anthony Garotinho é a Baixada Fluminense (20% do eleitorado), onde a candidatura do pedetista caiu de 42% para 41%, enquanto a de César Maia cresceu de 20% para 23% e a de Marcello Alencar, de 17% para 20%.

Para Jairo Nicolau, o aumento das intenções de voto em César e Marcello não significa, por enquanto, modificação do quadro na Baixada, onde o governador tem inaugurado obras. O cientista político acha prematuro tirar conclusões sobre a possível ascensão de Marcello na região.

No Rio, que concentra 43% do eleitorado, Garotinho mantém os 32% da pesquisa anterior, mas César Maia subiu de 29% para 31% e consolidou o empate técnico com o pedetista, enquanto Marcello passou de 15% para 16%. Nos quesitos renda e escolaridade, Garotinho continua na frente, à exceção da faixa que ganha acima de 10 salários mínimos, na qual César Maia vence por 34% a 32%.

© AJB 1998

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