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MST promete intensificar invasões como protesto a FHC
 

AJB 10/10/98 13h00
De São Paulo

Confirmada a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso, os líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) anunciaram o retorno das ações como um ato político contra o governo. O MST voltará a intensificar as invasões em várias regiões do país, a exemplo do que fez durante o período eleitoral.

Todas as áreas prioritárias para a reforma agrária estão sofrendo com o problema das invasões. O MST está agindo no Pontal de Paranapanema (SP), no Sul do Pará, Sudoeste do Paraná, em Pernambuco, Alagoas e Paraíba. No Estado do Rio, a cidade de Campos, no Norte Fluminense, é o principal local de ações do MST. Nas últimas semanas, além de lutar pela posse da terra, os membros do MST estão saqueando caminhões em estradas próximas aos acampamentos, em busca de comida.

O contraponto do MST é a União Democrática Ruralista (UDR). Integrada por fazendeiros, a UDR passou também a atuar na política, criando uma bancada em Brasília. A entidade acusa o MST de fazer tática de guerrilha nas invasões, mas, em várias oportunidades, fazendeiros foram pegos formando milícias armadas para defender suas fazendas.

Maconha - Poucos meses antes das eleições o presidente Fernando Henrique insinuou que o MST estaria ligado aos plantadores de maconha de Pernambuco. Mais recentemente, o ministro da Casa Militar do Palácio do Planalto, general Alberto Cardoso, acusou o MST de estar armado e com militantes treinados para um confronto contra fazendeiros. As duas questões renderam polêmicas declarações dos líderes do MST, como José Rainha Júnior e João Pedro Stédile.

Agora é a vez do ministro da Justiça, Renan Calheiros, também criar polêmica com o Movimento. O ministro determinou que a Polícia Federal abra inquérito contra Jaime Amorim e outros líderes do MST, que estariam defendendo a luta armada contra o regime no estado de Pernambuco. Segundo o ministro, Amorim estaria defendendo a volta do "foquismo" que, na década de 60, se resumia a uma tática de criar vários focos de guerrilha no país com objetivo de uma ação final para a derrubada do regime.

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