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Evangélicos realizam megaeventos; Garotinho recebe apoio para candidatura

21/04/2000 22h34
Da Folha de S.Paulo

O megaevento realizado por igrejas evangélicas no estádio do Maracanã. no Rio, em comemoração aos 500 anos de Brasil, terminou na noite de sexta-feira (21) em apoio a candidatura à presidência do governador do Rio, Anthony Garotinho, 40, que também é evangélico.

O público que lotava o estádio (180 mil segundo os organizadores) no evento "Canta Brasil 500" gritou várias vezes "um, dois, três, quatro, cinco, mil, queremos Garotinho presidente do Brasil", chegando a interromper um discurso do governador do Rio e de outros participantes do evento.

Além disso, os evangélicos gritaram em coro "ah, é Garotinho" e muitas meninas gritavam como se estivessem diante de um ídolo de música pop.

Em um discurso curto, de cerca de cinco minutos, o governador do Rio não falou da sua candidatura e não citou a Presidência. Mas falou rapidamente de política, dizendo que esses 500 anos trouxeram "desigualdade e profunda concentração de renda".

Segundo ele, para combater isso "é preciso colocar Deus em primeiro lugar". "Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor", disse ele, que conclamou o público presente a repetir a frase.

Ele já foi criticado _inclusive pelo presidente do PDT, Leonel Brizola_ por misturar política e religião. Abordado pela Folha logo após abandonar o palco, Garotinho não quis fazer declarações sobre o coro que pediu sua candidatura à Presidência.

Garotinho chegou ao Maracanã segurando uma Bíblia e levando sua mulher, Rosângela Matheus, a Rosinha, pela mão. Ele justificou sua presença no local dizendo que "o Brasil é de todos os brasileiros" e que os "40 milhões de evangélicos" do país têm direito a comemorar a data.

Shows de música estavam entre as principais atrações do evento, que teve o apoio do governo do Estado do Rio e da prefeitura da cidade. Além de Garotinho, outros políticos estiveram presentes.

O prefeito do Rio, Luiz Paulo Conde, e a vice-governadora, Benedita da Silva, também foram ao Maracanã. Benedita _que, como Garotinho, é evangélica_ foi bastante aplaudida. Contudo, o público se dividiu entre vaias e aplausos ao ouvir o anúncio da presença de Conde, que é candidato declarado à reeleição pelo PFL. Outro candidato a prefeito, o presidente da Assembléia Legislativa do Rio, Sérgio Cabral Filho, teve seu nome citado e foi vaiado.
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Belo Horizonte
Cerca de 120 mil pessoas, segundo a Polícia Militar de Minas Gerais, assistiram ontem, em Belo Horizonte, ao "Sermão da Montanha", evento de pregação evangélica realizado pela Igreja do Evangelho Quadrangular há 12 anos, na Sexta-Feira da Paixão.

Como nos anos anteriores, o "Sermão da Montanha" aconteceu na praça do Papa, em um bairro de classe alta da capital mineira, no sopé da praça do Curral, principal símbolo da cidade.

O evento começou às 7h e, desde o início da manhã, provocou um engarrafamento na avenida Afonso Pena, principal artéria de trânsito da cidade.

Somente depois das 9h todos os evangélicos conseguiram chegar à praça, que ficou completamente tomada até as 12h, quando aconteceu o encerramento. No palco montado pela organização, revezaram-se pastores e músicos de várias denominações evangélicas.

Os deputados federais Mário de Oliveira (PMDB-MG), presidente nacional da Igreja do Evangelho Quadrangular, Magno Malta (PTB-ES), presidente da CPI do Narcotráfico e cantor de música evangélica, e Mattos Nascimento (PST-RJ) estiveram presentes.

A Associação dos Moradores do Bairro Mangabeiras e a Promotoria do Meio Ambiente tentaram impedir na Justiça a realização do sermão, alegando que o evento vem crescendo e o local não tem capacidade para receber os participantes.

No ano passado, o público tinha sido de 40 mil, segundo a PM.
O presidente da associação, Marcelo Marinho, disse que o protesto dos moradores conseguiu que os danos à praça fossem minimizados, mas, mesmo assim, ele afirmou que o grande número de pessoas bloqueou as únicas vias de acesso à região, colocando a população e o público em risco.

Segundo a PM, várias espectadores passaram mal durante o sermão, devido ao sol forte ou porque estavam em jejum, mas foram atendidos nos hospitais mais próximos.

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