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Kingston construirá fábrica de memória de computador no país

AJB 18/08/97 21h08
De São Paulo

O mercado brasileiro de memória para computador, dominado atualmente pela ItaúCom, ganhará um concorrente de peso. Hoje, o presidente da americana Kingston Technology Corporation, John Tu, anunciou que pretende instalar uma fábrica no país, que deverá entrar em operação até o final da década. O projeto poderá consumir entre US$ 1,5 bilhão e US$ 500 milhões. "O montante investido dependerá dos incentivos e da autorização que for incluída no Processo Produtivo Básico (PPB), em análise no Ministério da Indústria e Comércio", disse ele. O PPB definirá quais equipamentos a Kingston poderá importar para a fábrica e quais terá de comprar aqui no Brasil.

O executivo - que administra uma empresa que deverá fechar o ano com vendas em torno de US$ 1,6 bilhão - se encontra amanhã (terça), em Brasília, com o ministro da Indústria, Comércio e do Turismo (MICT), Francisco Dornelles, e também com o titular da área de Ciência e Tecnologia, Israel Vargas.

Segundo Tu, a Kingston - que lidera o segmento de produção de memórias para computador -nasceu numa garagem de uma pequena cidade no sul da Califórnia, com um investimento de apenas US$ 4 mil. "Foi tudo que conseguimos levantar em empréstimos com a família, depois que perdemos todo nosso dinheiro após o crash da Bolsa de Nova Iorque, ocorrido em 1987", contou.

O crescimento da companhia coincidiu com a "explosão" do uso de computadores pessoais (os PC’s), a partir de 1986, e a entrada no mercado da Microsoft. "Com isto, cresceu tremendamente a necessidade de aumentar a velocidade de processamento das informações", disse.

Na prática, a empresa vende tecnologia. A maioria dos componentes que ela utiliza são adquiridos de grandes fabricantes (Toshiba, IBM, NEC, entre outros) e depois agregados numa placa de memória, compatível com a maioria dos computadores. Este dispositivo é vital para o funcionamento dos computadores. "Nossa produção atual chega a 1,5 mil tipos de módulos de memória capazes de suportar 4 mil diferentes tipos de sistemas", contou.

Os produtos da empresa começaram a ser distribuídos no Brasil em dezembro. A expectativa é faturar US$ 2 milhões no primeiro ano de operações. O parceiro na distribuição do produto é o grupo Parizotto, que atua nos segmentos financeiro e de construção civil, e fatura US$ 500 milhões. Até a construção da fábrica a Kingston atuará apenas no mercado de memória proprietária. Ou seja, aquela fabricada sob medida para determinado modelo de computador.

"Ainda estamos na fase de estudo do mercado e das necessidades dos consumidores brasileiros", disse o responsável pela subsidiária local, Christian Maldonado. Segundo ele, o grandefilão é o segmento de memória genérica (classificação dos dispositivos compatíveis com uma gama maior de computadores), hoje dominado pela ItaúCom. "Só entraremos neste segmento depois que a fábrica for aprovada e estiver funcionando", finalizou
Maldonado.


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