Descrição de chapéu Folha, 100

Autor de 'Torto Arado' é um dos novos colunistas da Folha

Em seu centenário, jornal tem estreias e mudanças em colunas nas versões digital e impressa

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São Paulo

O geógrafo e escritor baiano Itamar Vieira Júnior, autor do celebrado romance “Torto Arado”, é um dos novos colunistas que estreiam no âmbito das comemorações de Folha, 100.

“É um momento de celebração da liberdade de imprensa e de expressão quando o jornal completa 100 anos e é voz ativa na defesa da democracia, da cidadania e dos direitos humanos”, avalia Itamar.

“Para mim é especial fazer parte disso”, completa ele, cuja coluna será publicada mensalmente na Ilustríssima.

“Torto Arado” (Todavia) foi premiado em 2020 com o Jabuti e o prêmio Oceanos, o mais importante da literatura em língua portuguesa.

A partir da história de duas irmãs que cresceram numa fazenda no interior da Bahia, o romance trata da ancestralidade negra e do abandono que marca até hoje parcela expressiva desta população. O enredo bebe na experiência que o autor teve no campo na região Nordeste e toca em temas estruturantes do Brasil como a escravidão e a questão fundiária.

“A coluna vai ser um espaço importante para falar de política, arte e direitos humanos. Será interessante compartilhar pensamentos com os leitores e criar esse espaço de diálogo. Estou bem animado.”

Animação é o termo que também define o sentimento da roteirista e escritora Tati Bernardi. Colunista da Folha desde 2013, ela agora lidera uma espécie de mandato coletivo responsável pela novidade intitulada Nosso Estranho Amor e publicada todo domingo em Cotidiano.

“Agora eu sou a pessoa com mais colunas em um jornal”, brinca Tati. “Sou totalmente obsessiva com a Folha!”

Nomeada a partir da música de Caetano Veloso, Nosso Estranho Amor vai contar histórias de paixões e desencontros, afeto e loucuras e terá quatro autores: a própria Tati Bernardi, os escritores e jornalistas Chico Felitti e Milly Lacombe e o poeta e romancista argentino Pedro Mairal.

“Fiz uma arca de Noé: um gay, uma lésbica, um argentino e uma puta, que sou eu, falando do meu passado”, satiriza ela, enquanto destaca a diversidade dos titulares.

Chico é autor de um livro de amor —“Ricardo e Vânia”— e outro que trata de abuso —“A Casa” (ambos da Todavia). Milly escreveu “Tudo É Só” (Benvirá) e “O Ano em que Morri em Nova York” (Planeta), entre outros. E Mairal é autor de “A Uruguaia” e “Uma Noite com Sabrina Love”, ambos lançados no Brasil pela Todavia.

A coluna foi inspirada no projeto Modern Love, do jornal The New York Times, e teve a estreia, em 2020, interrompida pela pandemia. “Não era o momento de estrear uma coluna descontraída falando de sexo. Mas, agora, acho que a gente precisa falar de coisas positivas como o amor”, avalia Tati.

“A ideia não é falar de relações estranhas, mas do estranhamento que é lidar com outras pessoas e com o próprio sentimento”, diz.

É um momento de celebração da liberdade de imprensa e de expressão quando o jornal completa 100 anos e é voz ativa na defesa da democracia, da cidadania e dos direitos humanos

Itamar Vieira Junior

autor de ‘Torto Arado’ e novo colunista da Folha

Na Ilustrada, é a jornalista e roteirista Bia Braune que estreia uma coluna de humor publicada às segundas-feiras.

“Tem um tipo de senso de humor que as pessoas em geral esperam de homens, mas eu também gosto de tosquices e acho muito libertador que mulheres possam enveredar por um humor cotidiano e sem salto alto”, diz ela, que é autora do “Almanaque da TV” (Ediouro).

Roteirista desde o início da carreira, Bia Braune lembra que sua mãe, uma leitora assídua do noticiário impresso, sempre lhe disse que ela deveria ser “cronista de jornal”, o que lhe traz satisfação extra com o novo espaço.

“Sou super fru-fru, e minha onda é a nostalgia. Quero escrever sobre a esquisitice divertida da memória
afetiva das pessoas.”

Já a coluna da cientista social, astrofísica e deputada federal pelo PDT-SP, Tabata Amaral, vai mudar de endereço e de periodicidade. A criadora do Mapa da Educação passa a escrever semanalmente, aos sábados, no espaço antes ocupado pelo ex-prefeito de São Paulo e presidenciável para 2022, Fernando Haddad (PT).

“Será uma honra poder escrever num local que já foi ocupado por pessoas que tanto contribuem para as
discussões mais importantes do país”, afirma ela.

“É um privilégio fazer parte do time de colunistas de um jornal que completa 100 anos se mantendo crítico e plural, algo essencial nesse período de ameaças à democracia.”

Em Cotidiano, a coluna do advogado e professor da FGV Direito SP Thiago Amparo passa a ser publicada semanalmente na edição impressa.

A coluna Mundo Leu, publicada quinzenalmente aos sábados em Mundo, passa a ter assinatura fixa do jornalista Carlos Graieb. O espaço é dedicado a séries, podcasts, livros e filmes que dialogam com fatos históricos ou recentes do noticiário internacional.

E a coluna Gelo e Gim, do jornalista e tradutor Daniel de Mesquita Benevides, antes publicada apenas no site, agora terá espaço na Folha Corrida impressa às sextas.

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