Folhinha e Lava Jato estão entre melhores e piores lembranças do leitor da Folha

Série Meu Caso com a Folha traz relatos de amor e ódio em relação ao jornal

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Para celebrar seus 100 anos, a Folha convidou seus leitores para dividirem suas melhores e piores lembranças do jornal. As respostas integram a nova série Meu Caso Com a Folha.

Foram recebidos mais de 300 relatos com memórias afetivas, histórias curiosas e, como não poderia deixar de ser, apontamentos críticos e decepções em relação à Folha.

Leia abaixo uma seleção dos comentários recebidos. Pela grande quantidade, dividimos os relatos em três partes. Leia também a parte 1 e a parte 2.

A boa lembrança era, após o jantar, ter o prazer de ler todo o arco-íris de boas opiniões e notícias, e ter a confirmação da não existência do absoluto. A decepção foi ter que cancelar minha velha assinatura, pela incapacidade de ser entregue com constância em Fortaleza.

Antonio Atilano Sousa Ayres de Moura

69, engenheiro civil, Fortaleza (CE)

A melhor lembrança foi a resposta a um e-mail crítico enviado ao colunista Hélio Schwartsman. Muito educado. A maior decepção foi um período de censura sistemática de meus comentários no site.

Marcelo Duarte Magalhães

59, médico, Rio de Janeiro (RJ)

Má lembrança: a votação da emenda das Diretas Já em 1984 avançou pela madrugada num tempo em que as TVs não transmitiam as sessões do Congresso ao vivo e não havia internet. A Folha disponibilizou um serviço telefônico em que o resultado seria noticiado numa mensagem gravada. Quando acordei, ainda escuro, fiz a ligação esperançoso. Mas a notícia não era boa. Faltaram poucos votos para a aprovação da Emenda.

Fábio Ulhoa Coelho

61, advogado e professor titular da PUC-SP, São Paulo (SP)

Nasci na periferia de São Paulo em 1981, num barraco de madeira, sou neto e filho de operários nordestinos, meu pai metalúrgico, minha mãe enfermeira e dona de casa. Nos anos 1990, o lugar onde nasci e morava era considerado o bairro mais perigoso do mundo, o Jardim Ângela. Ali quase nada de bom podia ser ofertado para o adolecente que eu me tornava.

Por volta dos 14 anos eu ia à missa aos domingos, uma coisa na sacristia me interessava muito, a edição dominical que o padre deixava sobre a mesa. Roubei o exemplar algumas vezes, até que meu pecado foi descoberto.

Ganhei a primeira assinatura por volta dos 15 anos. Lembro do esforço financeiro de meus pais para pagar o investimento. "Não é muito, mas é o que nosso esforço pode fazer por você, já que não podemos colocar você numa boa escola", dizia minha mãe.

Naquelas páginas descobri pensadores, artistas, intelectuais, aprendi sobre a mesquinharia da política e a tristeza da guerra, a injustiça social e os privilégios da desigualdade, aprendi sobre o Brasil profundo e suas misérias, sobre o Brasil Gigante e sua cultura, descobri a Bossa Nova e Dostoievski e tudo mais sobre o sexo. Entendi que o mundo era muito além da ponte do Socorro. A Folha me fez sonhar, me fez chorar, me fez acreditar que novas histórias podem ser contadas.

Hoje reconheço que aquela assinatura como presente na adolescência foi um privilégio que muitos colegas do bairro, da igreja, da escola não tiveram. Hoje reconheço que a desigualdade social é o que mais mata em nosso país, ou de morte matada, ou de morte simbólica. E que sim, a leitura de um jornal pode transformar e salvar vidas.

Nem tudo são flores nessa relação. Com o apoio do jornal ao golpe contra a presidenta Dilma veio a grande decepção e o divórcio mais doloroso. Como o jornal que me ensinou sobre o horror da ditadura militar poderia apoiar um golpe contra a democracia? Me senti traído! Cancelei a assinatura. Essa é a grande ferida na minha relação com a Folha.

E foi pela democracia que fui capaz de superar as diferenças e restabelecer o diálogo com o jornal. Quando a Folha lançou a campanha Amarelo pela Democracia, pensei: "esse é o momento de continuar a nossa história". E me tornei leitor assinante mais uma vez.

Alison Bezerra

39, fotógrafo, São Paulo, SP

Foi amor à primeira vista! Jornal de admirável postura, que traz sempre a verdade, em matérias interessantes e relevantes. E muitas vezes, antes de todos!

Ao completar 100 anos, divide a festa com o leitor, dando a chance de mostrar o que gostou e o que decepcionou. Realmente um aniversariante muito especial. Só tenho elogios. A matéria que gostaria de destacar foi muito impactante: "O homem gabiru". Lembro que tinha uma foto de uma família e embaixo o jornalista citou a hora exata da foto e dizia que até aquele instante nenhuma daquelas pessoas tinha se alimentado ainda. Fiquei chocada. Que venham muitos 100 pela frente. Nós merecemos vocês por perto!

Maria Inês Gaivao

58, Santos (SP)

Foto que ilustra reportagem de 1995 sobre Amaro João da Silva; o "homem-gabiru", como ficou conhecido, tinha aparecido pela primeira vez em reportagem de 10 de novembro de 1991, citada pela leitora, sobre extrema pobreza no sertão pernambucano
Foto que ilustra reportagem de 1995 sobre Amaro João da Silva; o "homem-gabiru", como ficou conhecido, tinha aparecido pela primeira vez em reportagem de 10 de novembro de 1991, citada pela leitora, sobre extrema pobreza no sertão pernambucano - Marcelo Soubhia/Folhapress

Minha melhor lembrança é a de um curso de história do teatro brasileiro, com Sábato Magaldi, no auditório da Folha, em meados dos anos 1960. Meu pai me inscreveu e pela primeira vez fui sozinha ao centro da cidade.

Sonia Maria Audi

70, publicitária aposentada, São Paulo (SP)

O melhor momento de todas as décadas em que sou assinante foi o embate entre Matinas Suzuki Jr. e Pepe Escobar nos anos 1980 resultando na histórica capa da Ilustrada "O novo juveniilismo". Foi o fim de uma era.

Oscar de Oliveira Jr.

60, publicitário, São Paulo (SP)

Capa da Ilustrada de 10 de agosto de 1985
Capa da Ilustrada de 10 de agosto de 1985 - Reprodução

Nostalgia: a retomada democrática. Tenho excelentes lembranças da cobertura que a Folha fez a respeito da campanha das Diretas Já, bem como das edições na época da redemocratização do país ou das eleições presidenciais em 1989. Eu tinha entre 15 e 16 anos, não adquiria o jornal todo dia, pois era/é muito caro. Mas as edições de domingo eram "colossais". A introdução da figura do "Ombudsman" nas páginas do jornal foi algo sensacional!

Realidade: não existe almoço grátis. Por sua vez, a grande decepção veio com a infeliz utilização do termo ditabranda em editorial no longínquo ano de 2009 (ver "Limites a Chávez", do dia 17/02/2009). Com a utilização do termo "ditabranda" o Editorial pretendia fazer crer que o Golpe militar de 1964 praticado no Brasil teria sido mais suave quando comparado às ações militares ocorridas nos países vizinhos da América Latina. Acredito que com aquele editorial o jornal pretendeu aliviar a sua cooperação com ação militar.

"Folha 100: não dá para ler 100 ter um pé atrás."

Edson Vallim

52, servidor público, Porto Alegre (RS)

Nas jornadas de 2013, comecei a ler os canhestros editoriais em que a Folha endossara a truculência, famosa, da polícia militar de São Paulo, comandada pelo PSDB, para conter as manifestações pelo passe livre e desde então passou a ser minha companhia diária.

Durante esses oitos anos de assídua leitura, confesso que nem sempre concordei com algumas posições do jornal. Mas me abriu os olhos para variados temas que eu nem imaginava ler. A série Desigualdade Global liderada por Fernando Canzian e a Fernanda Mena vai ficar para a posterioridade. Hélio Schwartsman é obrigatório junto de Ruy Castro, Élio Gaspari, Jânio de Freitas e Reinaldo Azevedo.

Apesar do envenenamento de política no segundo caderno, ainda vale a leitura dos textos do Toninho (desculpa a intimidade, Antônio Prata) aos domingos e do Gregório às quartas. Novas penas que estão ganhando corpo valem a nossa leitura também. É o caso do Thiago Amparo e da Marcella Franco. A cereja do bolo é o caderno Ilustríssima.

Gleidson Silva Lino

23, São Bernardo do Campo (SP)

O leitor Gleidson Silva Lino, com a edição de 7 de setembro de 2019
O leitor Gleidson Silva Lino com a edição da Folha de 7 de setembro de 2019 - Arquivo pessoal

A melhor lembrança que tenho da Folha é que foi o primeiro jornal "de adulto" que escolhi para leitura. Comecei na adolescência e leio até hoje.

A pior lembrança foi quando eu li uma reportagem que noticiou um protesto que aconteceu na rua da minha casa, em Curitiba, e dizia que a carreata era contra o lockdown, a favor do Bolsonaro e contra a China. Eu acompanhei a movimentação desde o início até o fim da janela do meu apartamento e em momento algum os manifestantes falaram sobre a China. Eles oraram, daquele jeito bem brega, gritavam 'mito, mito" e coisas como “queremos trabalhar”. Mas nenhuma palavra foi pronunciada contra a China. Desde então, leio as matérias da Folha com mais cautela e desconfiança. Mas talvez isso não seja algo tão ruim...

Ketline Lu

27 anos, assessora jurídica, Curitiba (PR)

Fiquei muito contente quando publicaram no antigo Folhetim entrevista com Geraldo Vandré na década de 1980. Ele estava sumido havia muitos anos, e eu escrevi para o Folhetim, usando pseudônimo de Clara Cambara, pedindo a entrevista que foi publicada algum tempo depois. Fiquei felicíssima! Tristeza: a notícia da morte de Gilberto Dimenstein, jornalista que eu sempre admirei.

Clarinda Rodrigues Lucas

61, bibliotecária aposentada, Campinas (SP)

Eu fazia graduação em história na UFOP, em Ouro Preto (MG), e era frequentador do restaurante universitário na Praça Tiradentes. Depois do balde de água fria que foi a derrota da emenda Dante de Oliveira no Congresso, a Folha publicou quem votou a favor e quem votou contra. Recortamos a página, enquadramos e colocamos na parede do restaurante. Dez anos depois de formado voltei ao local e o quadro continuava na parede. Não sei hoje, mas gosto de imaginar que ainda esteja lá.

João Marcos Barbosa Marinho

56, historiador, Indaiatuba (SP)

Minha relação com o jornal é do começo dos anos 1980. Sempre que possível e movido basicamente pela dupla Paulo Francis/Mariza Dias Costa, no “Diário da Corte”, aos sábados pela manhã saía andando de minha casa até a única banca que distribuía a Folha, na Praça da Alfândega, no centro de Porto Alegre. Por muito tempo, ler a Folha e tomar um café no centro foi meu ritual de início dos finais de semana. Longa vida à Folha!

Rodrigo Balbueno

 O jornalista Paulo Francis, posa para foto com seu cigarro e máquina de escrever, em 1986
O jornalista Paulo Francis, posa para foto com seu cigarro e máquina de escrever, em 1986 - Folhapress

A melhor lembrança que guardo da Folha é aquela notinha de venda de lotes, que na verdade eram quadradinhos com várias letras e números, correspondentes aos lotes que cada empreiteira iria pegar da Ferrovia Norte-Sul. Grande ideia.

Valter Aristides

56, professor, Curitiba (PR)

Sou assinante digital desde 2017 e vou sempre lembrar da Folha para poder me informar dos acontecimentos. Desde que tenho 8 anos tenho um sonho de seguir a carreira diplomática, e desde então meu avô sempre me incentivou a leitura de jornais e revistas. Com isso, foi inevitável ler a Folha em vários momentos da história. Ainda não realizei meu sonho, mas a cada leitura, a cada notícia, a cada artigo de opinião eu estou mais perto. Assim como vários livros, a Folha será um degrau na minha escada de sucesso.

Rivio Xavier Jr.

31, empresário, Caruaru (PE)

Minha maior decepção são casos cujo desfecho não ficamos sabendo. Esse foi meu email à ombudsman no ano passado:

“Boa tarde, sra Flávia. Tudo bem?

Sou assinante antigo da FSP e gostaria de perguntar o seguinte: o jornal noticia, e muito, os temas mais atuais, como o Covid-19 e as intermináveis bolsonarices. Porém, temas recentes ou um pouco mais antigos simplesmente somem do noticiário e não sabemos o que houve ou em que pé estão as coisas. Exemplos: a mancha de óleo no litoral, a cervejaria Backer, Brumadinho, Ronaldinho preso, o navio encalhado no litoral do MA, entre outros (...)”

Matheus Colombaroli

médico, 45, São Sebastião do Paraíso (MG)

Minha melhor lembrança com a Folha ocorreu no dia 24 de dezembro de 1988, quando a Folha publicou a lista dos aprovados no vestibular da Universidade de São Paulo. Eu morava em um lugar muito afastado. Acordei cedo, peguei uns trocadinhos, caminhei uns 2 quilômetros até chegar a uma banca de jornal mais próxima. Meu coração nunca bateu tão forte. Comprei o jornal e andando pela rua, procurava meu nome na lista. Quando encontrei, levantei voo. Saí correndo em disparada para avisar meus pais. Jamais esquecerei desse dia que mudou minha vida.

Maria Cristiane Barbosa Galvão

49, professora na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, Ribeirão Preto (SP)

Amo os podcasts, o Café da Manhã é realmente minha companhia matinal e Ilustríssima Conversa é outra paixão. Parabéns pelo aniversário e pelo jornalismo de qualidade!

Katia Pessanha

62, escritora, Curitiba (PR)

Minha melhor lembrança é de 1990 quando estava em Manaus e tínhamos uma assinatura da Folha, e mesmo sendo dona de casa e mãe, eu adorava me sentir instruída através das páginas do jornal.

Se temos o genocida no poder, a Folha e seu posicionamento contribuíram muito, assim como grande parte da mídia, que têm poder de chegar em todos os lares do país. Agora Inês está morta e chorar na cama é um bom lugar. Desejo sorte ao jornal quando a ditadura estiver instalada. E não será uma ditabranda, podem ter certeza.

Iolanda Chaves

54, formada em administração, Capanema (PA)

Eu estudava em uma escola particular perto do terminal de ônibus Princesa Isabel, e todo dia passávamos eu e minha mãe em frente a Folha. Era mágico o processo de impressão dos jornais que víamos através de uma parede de vidro pelo lado de fora do prédio. Eu sempre parava um pouquinho pra assistir. Seguindo a Folha no Instagram, essas lembranças vem à mente com frequência.

Hiuly Sorge Amorim

29, enfermeira, São Paulo (SP)

Em 2011, com 19 anos, entrei para a faculdade de jornalismo. Dois amigos me disseram que a família assinava a Folha e me fizeram uma proposta: eles poderiam me entregar a edição impressa que chegava na casa deles, mas somente no dia seguinte ao da circulação. E foi assim durante mais de 1 ano. Foi um período que me enriqueceu muito. Passei a adorar alguns articulistas (Elio Gaspari, gênio!) e a discordar completamente de outros, o que faz parte da democracia. Acho que me tornei uma pessoa mais crítica e antenada nos fatos.

Hoje, formado há seis anos, sou assinante da Folha com acesso à edição digital. Logo no final da noite, chega a notificação do jornal de amanhã.

Que ironia do destino. Antes, lia a edição do dia anterior. Agora, vejo na noite anterior o jornal que vai chegar nas bancas pela manhã.

Celso Luís Gallo

28, jornalista, Araraquara (SP)

Minha melhor lembrança era a Folhinha de S.Paulo aos domingos com os personagens do Mauricio de Sousa. Foi decididamente o que me fez leitor da Folha nos anos seguintes. Decepção são os atuais quadrinhos na Ilustrada. Assim como escondia dos meus filhos (nenhum deles se interessa pelo jornal), não os deixo acessíveis ao meu neto. Penso que a geração de leitores em minha família se encerra comigo.

Ednei Segato

51, vendedor, São Paulo (SP)

Para onde vou tenho que ler a Folha, no papel ou no aplicativo. Muitas e boas recordações eu tenho, e como aprendi também ensinei minhas filhas a ler pela Folhinha. Em tempos de pandemia e home office, o melhor café da manhã, junto com o café no bule, é a Folha, que me informa sobre tudo. E como nenhuma empresa é perfeita, a minha decepção foi em 1997, na morte do maior oceanógrafo que no mundo já viu, Jacques Cousteau. Noticiou-se somente 1/4 de página, se não me engano, no caderno Ilustrada, muito pouco para o calibre dele.

Fernando Gouveia

54, zootecnista, Belo Horizonte (MG)

Eu trabalho com seguros e as poucas notícias que vejo no jornal sobre esse tema têm erros, por estarem fora do nível da rua, do cotidiano, parece que entrevistam somente acadêmicos ou super empresários que não retratam o que de fato acontece. Já escrevi uma vez para o “erramos” dizendo: se vocês erram nessa matéria de seguros, será que devo acreditar nas matérias de outras áreas, será que cometem as mesmas imprecisões?

Fabio Oliveira

50, corretor de seguros, São Paulo (SP)

Na minha escola, quando dava a hora do intervalo, em vez de ir para o pátio, ia para a biblioteca do local ficar consumindo, além dos livros, os jornais, mesmo sendo do dia anterior. Um deles era a Folha.

Consegui uma edição do caderno especial dos 90 anos da Folha, o que me motivou a colecionar conteúdos similares de todo o Brasil, o que faço com afinco desde meados de 2015 e que pode ser comprovado na imagem anexa.

Mesmo tendo algumas boas lembranças, hoje considero a Folha, parafraseando uma passagem do livro "Feliz Ano Velho", de Marcelo Rubens Paiva, uma "bosta de jornal". Tanto que a única sessão que me agrada, atualmente, no jornal são as palavras cruzadas no caderno Ilustrada. Perdoem-me o "sincericídio" praticado e desejo bons auspícios ao novo ciclo que se inicia.

João Renato Leandro Amorim

27, jornalista, Arujá (SP)

Parte da coleção do leitor João Renato Leandro Amorim de cadernos especiais da Folha
Parte da coleção do leitor João Renato Leandro Amorim de cadernos especiais da Folha - Arquivo pessoal
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