O Oscar, que tem na noite deste domingo (25) a sua 93ª edição, é realizado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas desde 1929. Nas páginas da Folha da Noite, sua primeira menção se deu há exatamente 91 anos, em 25 de abril de 1930.
A Folha da Noite se tornaria Folha de S.Paulo em 1960, com a junção das também irmãs Folha da Manhã e Folha da Tarde em um único jornal.
Naquela ocasião, o jornal abordava a estreia em São Paulo da comédia musical “O Sonho que Viveu”, dirigido por David Butler, com destaque para o trabalho da atriz Janet Gaynor (1906-1984).
Ela havia sido a primeira a ganhar a estatueta como atriz, em 1929, por seus trabalhos em três produções nos anos de 1927 e 1928: “Sétimo Céu”, “O Anjo das Ruas” e o clássico “Aurora”. Foi a única vez em que uma atriz recebeu um Oscar por mais de um papel.
Para se tornar vencedora, Gaynor tinha desbancado a concorrência de Louise Dresser, indicada por “A Outra Pátria”, e Gloria Swanson, de “Sedução do Pecado”.
Ao contrário de muitas outras estrellas de téla silenciosa que estão condemnadas a desaparecer, Janet Gaynor está predestinada a alcançar maiores glorias nesta nova feição da arte cinematographica
À época com apenas 23 anos, Gaynor era descrita como “uma das estrellas de maior grandeza de Hollywood”, conforme a grafia da época.
“Janet, profundamente modesta, seria a última pessoa a reclamar para si a fama cinematographica ou alardear que lhe fora conferida a medalha da Academia de Arte e Sciencia Cinematographica, pela melhor representação realisada em 1928, o que todos os que labutam na vida do cinema, ambicionam conquistar”, dizia o texto.
Dividindo a tela com Charless Farrell (1900-1990) em “O Sonho que Viveu”, Gaynor foi elogiada pela Folha da Noite.
“O trabalho [...] demonstra que, ao contrário de muitas outras estrellas de téla silenciosa que estão condemnadas a desaparecer, Janet Gaynor está predestinada a alcançar maiores glorias nesta nova feição da arte cinematographica.”
Em 1937, ela atuou em “Nasce uma Estrela”, história sobre jovens aspirantes a cantoras e atrizes, que foi filmada outras três vezes posteriormente, com Judy Garland (1954), Barbra Streisand (1976) e Lady Gaga (2018).
Curiosamente, entre outras aparições que faria nesta Folha, Gaynor foi flagrada em terras brasileiras, em 1960.
Uma nota da edição de 12 de abril daquele ano registrava: “‘Não me fotografe de perto, por favor’ - disse sorrindo à reportagem a atriz cinematográfica norte-americana Janet Gaynor, que passou ontem à tarde pelo aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Ela estava acompanhada do produtor de cinema Richard Holliday. Janet Gaynor dirigia-se a Anápolis, no estado de Goiás, onde possui uma fazenda de 50 alqueires e onde passa boa parte do ano”.
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