Tudo que está na natureza tem sua utilidade, enquanto parte de um todo, necessária à condição de bem-estar no planeta. Portanto, fazer uso dessas partes pode ser semelhante a mover peças em um tabuleiro de xadrez, tem suas consequências.
Nessa lógica, a ação dos seres que se dizem humanos não tem adotado o devido cuidado, pois vem provocando desequilíbrios devastadores para populações.
Um exemplo concreto é a ação de mineradoras. Ao extrair componentes valiosos da natureza, elas contaminam rios com resíduos de sua atividade. O impacto fica não só para a espécie humana, mas para todas as espécies que equilibram os biomas.
A busca desenfreada pelo dinheiro, por aumentar o patrimônio de empresas ou de garimpeiros legais e ilegais é a causa de grandes desastres ambientais.
Na maioria dos casos, órgãos de fiscalização não cumprem seu papel diante de tais impactos, pois geralmente há forças superiores que promovem barreiras de proteção.
Nesses processos, o que é compartilhado com todos os que habitam os biomas são os impactos negativos, as consequências geradas em nome do desenvolvimento. Atos que resultam em riqueza para poucos e morte para muitos.
É fato que os que mais sofrem essas consequências são populações mais pobres, que dependem da natureza equilibrada para viver de forma digna, produzindo sua segurança alimentar ou exercitando o extrativismo.
Há que se acender um alerta para aqueles que desfrutam da riqueza extraída, por meio desses processos, de forma legal ou ilegal. Que herança planetária pretendem deixar para seus netos e bisnetos?
Por outro lado, embora os mais afetados sejam sempre os mais frágeis, a reação da natureza também afeta aqueles que desfrutam da riqueza extraída de forma inadequada.
Outro exemplo de impacto negativo de proporções incalculáveis à biodiversidade sãos grandes parques de produção de energia eólica e solar, que estão avançando assustadoramente. Enormes iniciativas, em nome do desenvolvimento, para produção de energia limpa, mas que também causam desequilíbrios.
É urgente repensar o desenvolvimento que queremos, considerando três premissas. O desenvolvimento é para quem? Com que abordagem metodológica é possível planejar esse desenvolvimento? E como mitigar seus impactos negativos?
Nessa perspectiva, ouvir as populações dos biomas é um passo importante para construir caminhos participativos. É evidente que, para a maioria dos atuais gestores públicos, essa abordagem é praticamente impossível.
Mas neste ano, no Brasil, haverá a possibilidade de se exercitar mudanças nas esferas executiva e legislativa, nos âmbitos federal e estadual.
Analisar a trajetória dos postulantes aos cargos públicos, suas histórias de comprometimento ou não com políticas públicas, norteadas por princípios sustentáveis, pode ser um caminho para se construir mudanças.
Uma maneira de fazer nossa parte no processo de resiliência da biodiversidade como estratégia para adiar o fim do planeta Terra.
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