Mais da metade dos brasileiros tem avaliação positiva de organizações sociais, diz pesquisa

Estudo encomendado pelo Gife mostra que dois terços dos entrevistados têm interesse em ações no campo social

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São Paulo

Ainda que muitos desconheçam o trabalho do terceiro setor, a população avalia positivamente as organizações que nesta área atuam. É o que mostram os resultados da pesquisa "Percepção de brasileiros/as sobre a sociedade civil", encomendada pelo Gife (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas), plataforma que trabalha pelo fortalecimento da filantropia e do investimento social privado no país.

O levantamento aponta que mais da metade dos entrevistados veem de maneira positiva a atuação dessas instituições: 21% atribuem tal visão por conhecerem bem o trabalho feito pelas entidades, 19% por verem depoimentos de pessoas que foram apoiadas por elas e 16% por confiarem na integridade de quem faz parte de uma organização da sociedade civil.

Moradores recebem cestas básicas doadas por ONG em favela de Heliópolis - Rivaldo Gomes/Folhapress

"A pesquisa confirma que há um amplo reconhecimento do valor agregado pelas organizações da sociedade civil", diz Cassio França, secretário-geral do Gife. "Isso facilita o desenvolvimento desse setor tão importante para a democracia brasileira."

Outro dado aponta que 65% dos entrevistados já "ouviram falar" no termo ONG, que significa organização não governamental.

Quando questionados sobre disponibilidade para apoiar ações de diferentes tipos de organização, metade respondeu que daria apoio a ONGs. A minoria (3%), no entanto, apoiaria partidos políticos.

Para Cassio França, os dados mostram a necessidade de disseminar informações sobre organizações para que elas possam ser reconhecidas e apoiadas.

"Os resultados sinalizam o reconhecimento da prática do terceiro setor, mas também fica evidente que é necessário aperfeiçoar a forma como esse setor se comunica com a população", afirma.

Os resultados sinalizam o reconhecimento da prática do terceiro setor, mas também fica evidente que é necessário aperfeiçoar a forma como esse setor se comunica com a população

Cassio França

Secretário-geral do Gife

Nesse sentido, ele destaca que relações ainda mais transparentes, explicitando fontes de recursos e responsabilidades nas parcerias com o setor público, são temas que devem permanecer na agenda do setor.

O levantamento também revelou que chega a 46% a proporção de entrevistados que consideram que organizações do terceiro setor assumem trabalhos que deveriam ser de responsabilidade do governo.

Mostrou, ainda, que as fontes de recursos das organizações, a relação delas com o Estado, o foco das atividades e o formato de atuação não estão claros para a grande maioria da população. Por consequência, limitam o potencial de participação e o engajamento social.

​Foram realizadas 2.002 entrevistas durante a pesquisa, com pessoas de 16 anos ou mais. Cerca de dois terços mostraram algum nível de interesse em ações no campo social ou no terceiro setor; seja atuando diretamente, seja se informando e conversando sobre assuntos relacionados .

A pesquisa foi feita em parceria e contou com o apoio do Instituto ACP, Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Instituto Natura, Fundação Telefônica Vivo e Fundação Tide Setubal.

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