A violência sexual contra crianças e adolescentes é um problema recorrente em todas as classes sociais e mais: acontece normalmente em ambientes que deveriam proteger a criança, como dentro da própria casa. O Instituto Liberta criou o movimento #AgoraVcSabe para que adultos abusados, violentados ou explorados sexualmente quando crianças rompam o silêncio.
Uma segunda passeata virtual será realizada em 14 de junho e pretende reunir milhares de pessoas que emprestam seus rostos e vozes a causa.
Para participar, é só entrar no site e gravar uma mesma frase que será dita por todos os participantes. "A violência sexual contra a criança e o adolescente é uma realidade. Eu fui vítima e agora você sabe!"
O objetivo é dar visibilidade a um problema que diz respeito a 75% dos casos de violência sexual no país, cometidos contra vítimas na infância ou na adolescência.
A presidente do Instituto Liberta, Luciana Temer, explica que não é preciso dar detalhes do que aconteceu com você nem falar sobre quem é o abusador.
"Não estamos pedindo para que ninguém fale do seu caso, nem conte detalhes do que aconteceu, nem como aconteceu. É um grito contra a violência, é um conjunto de frases ditas por todos nós", diz.
OUTRAS PASSEATAS
Essa é a segunda passeata virtual —a primeira aconteceu em 18 de maio, Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes no país, e reuniu 2.400 pessoas.
A campanha proposta pelo instituto segue até agosto com a expectativa de reunir 1 milhão de pessoas denunciando a violência sexual contra crianças e adolescentes.
"É a força do coletivo que muda uma cultura", diz Luciana Temer. Outras passeatas vão acontecer também nos meses de julho e agosto deste ano.
Celebridades como a apresentadora Angélica Ksyvickis, 48, embaixadora da campanha, a empresária Luiza Helena Trajano e os apresentadores Luciano Huck e Marcos Mion se engajaram nas redes sociais para chamar mais pessoas para o levante.
Além das pessoas físicas, homens, mulheres e trans adultos de todas as regiões, raças e classes sociais, cerca de 50 instituições participaram da primeira passeata online.
Entre os apoiadores da manifestação estão o Governo do Estado de São Paulo e os Ministérios Públicos de 17 Estados, entre eles Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Amazonas, Rio de Janeiro, e Santa Catarina.
A causa de Combate à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes tem o apoio do Instituto Liberta, parceiro da plataforma Social+.
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