Festival Tech propicia dia de aprendizado e imersão tecnológica na zona leste de SP

Galpão ZL recebe oficinas que oferecem experiências em Metaverso e 3D para jovens durante evento promovido pela Recode e Fundação Tide Setubal

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Ana Paula Franzoia
São Paulo

Durante um dia inteiro, crianças e adolescentes puderam ter contato com inovações tecnológicas em oficinas, ouviram histórias inspiradoras e aprenderam sobre o universo digital.

Mais de 500 estudantes da região de São Miguel Paulista participaram nesta terça-feira (23), das 9h às 21 horas, do Festival Tech, no Galpão ZL, no Jardim Lapena.

Menina adolescente usa óculos de realidade virtual
Experiências imersivas no Festival incluíram uso de óculos de realidade virtual - Dirceu Neto/TV Folha

O evento foi organizado pela Fundação Tide Setúbal e a Recode, organização sem fins lucrativos dedicada à inclusão digital, e promoveu uma série de oficinas e palestras para aproximar a comunidade da tecnologia e mostrar as inúmeras possibilidades que a área tem para os jovens e para os moradores toda a região.

Ao longo da tarde alunos de escolas públicas da região tiveram contato com novidades tecnológicas em oficinas sobre o metaverso, realidade virtual 360, programação, marketing digital, criação de filtros para o Instagram.

Para muitas crianças e adolescentes essa foi a primeira oportunidade de entrar em contato com esse universo, caso da Cyara Madonna, 9 anos, filha de imigrantes haitianos, moradora da região, que não tem celular nem computador em casa.

Mesma situação de Julia Alexia, 8, e Sophia Nascimento, 9. "Eu amei a experiência, adorei saber mais sobre o metaverso", conta Ana Julia Reis, 10 anos.

"Eu sei que a tecnologia é muito importante para a profissão que quero ter, que é a de astrônomo", conta Gabriel Africo, 14 anos, aluno do 9º ano de uma escola pública e morador da região.

Eles puderam se mirar na trajetória inspiradora de Wanderson Strock, coordenador de projetos da Recode, que deu novo rumo a sua vida depois de fazer um curso da Recode enquanto esteve preso. Relato feito no painel sobre inclusão por meio da tecnologia.

Também palestrantes no festival, Felipe Oliveira, consultor sênior de relacionamento da ID_BR, ressaltou a importância de fazer a informação chegar nessa população. "É preciso trazer a provocação para o âmbito deles, precisamos mostrar que é importante a participação dos jovens periféricos para que haja uma transformação no mundo corporativo e no social".

A parceria entre as duas entidades na realização do Festival Tech agregou a experiência de 28 anos da Recode em causar impacto social através do conhecimento digital e a atuação e intensa vivência que a Fundação Tide Setúbal mantém com a comunidade da zona leste de São Paulo há 17 anos.

A tecnologia é poder e se a gente não democratizar o acesso a ela vamos criar mais muros na nossa sociedade já tão desigual.

Mariana Almeida

Coordenadora da Fundação Tide Setúbal

"Pensando no desenvolvimento desse território não dá para faltar desse tema e com o Festival Tech esperamos ter inspirado a comunidade", completa Mariana.

Rodrigo Baggio, fundador da Recode concorda com Mariana sobre o papel do evento. "Ele sensibiliza e engaja especialmente os jovens que precisam amplificar a perspectiva de entrar no mercado de trabalho. Também queremos fazer uma série de ações de empoderamento digital para gerar impacto social em toda comunidade", afirma Baggio.

"Esse tipo de evento mostra que tudo é possível, pode ser a faísca para que eles continuem esse aprendizado e possam causar transformações", diz Gustavo Glasser, da Carambola, startup que promove a inclusão de minorias no mercado de TI. .

O conselho mais repetido durante o evento foi para que os estudantes aproveitassem todas as oportunidades para entrar na área de tecnologia. "Eu queria tanto ter tido uma oportunidade dessas quando eu era adolescente, ouvir tanta gente mostrando para onde mirar", afirmou Flora Bitancourt do Movimentarte.

O dia terminou com 200 estudantes concentrados nas dicas sobre empregabilidade e mercado de trabalho na área tecnológica dadas por Rodrigo Alencar, sócio e gerente de comunidades da Revelo.

"Mais do que tecnologia, a gente quer ensinar as pessoas a conhecerem mais sobre a realidade delas, para que possam identificar os problemas, só assim elas vão conseguir causar impacto positivo nas suas comunidades", acredita Rodrigo Baggio.

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