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22/10/2002
-
10h31
PAULO CABRAL
da BBC, em São Paulo
O coordenador do programa de governo na candidatura José Serra (PSDB), Luiz Paulo Vellozo Lucas, admitiu em entrevista à BBC Brasil que o PT tende a ganhar as eleições deste ano.
"Se eu fizer um discurso voluntarista de que vamos ganhar de qualquer jeito é mentira. Ninguém pode negar que a maior probabilidade hoje é de vitória do Lula, mas uma virada não é impossível."
Vellozo Lucas diz que para tentar esta difícil virada, o PSDB vai tentar investir na "racionalidade" dos eleitores.
"Se as pessoas entrarem em um processo de racionalização antes de votar, nós podemos ganhar esta eleição. Nestas eleições, a racionalidade está contando muito pouco, e se isto não for revertido a vitória vai ser do PT neste domingo", disse.
"Medo"
Vellozo Lucas não acredita que as peças publicitárias de Serra a respeito do "medo" da eleição de Lula caracterizem a campanha do PSDB como emocional.
"Quando há um candidato que é muito favorito, consolidando sua vitória sem esclarecer as suas posições, o sentimento que dá nas pessoas realmente é de medo", afirmou.
"Entre os empresários, os formadores de opinião na economia, o Serra tem 80% dos votos. Isto acontece porque estas pessoas são racionais e fazem cálculos."
Apesar de o PSDB já começar a admitir as grandes possibilidades de derrota, no PT está ficando cada vez mais difícil segurar o clima de já ganhou.
"Salto alto"
O secretário geral do PT nacional, Luiz Dulce, afirma que Luiz Inácio Lula da Silva "proibiu" o salto alto na campanha.
"A campanha continua sendo o mais importante, por isso não estamos discutindo nomes para ministério, nem fazendo anúncios."
Apesar da cautela, Dulce afirma que o partido não trabalha com a possibilidade de não vencer as eleições.
"Nós não trabalhamos com a hipótese de virada", diz ele. E acrescenta: "Mas é o eleitor que tem que se manifestar."
O petista afirma ainda que o partido quer uma vitória pela maior quantidade de votos que conseguir e que, por isso, trabalha "como se a situação estivesse empatada".
Mauro Paulino, diretor-geral do Instituto Datafolha, não afirma que uma virada é impossível, mas deixa claro que ela é improvável.
"A situação está muito positiva para a candidatura do PT", diz ele.
Denúncias
Paulino lembra que Lula só foi ameaçado em dois momentos durante os quase dois anos em que seu nome como candidato a presidente é discutido em pesquisas.
Roseana Sarney (PFL) e Ciro Gomes (PPS) foram os únicos candidatos que se aproximaram do petista na campanha do primeiro turno. Suas candidaturas, porém, naufragaram.
"José Serra até agora não ameaçou em nenhum momento", diz ele.
O diretor do Datafolha também diz que os votos dos dois candidatos são muito homogêneos em todos os setores da população.
Assim como muitos analistas, Paulino avalia que apenas algum fato novo - como uma denúncia muito grave, que, ao mesmo tempo, não deixasse dúvidas sobre sua veracidade - poderia tirar a vitória de Lula.
Ele diz, porém, que tal fato teria que ser grave do ponto de vista político e ter muita consistência, já que a "fórmula (atual) de ataques não deu resultados".
Não há indicações, no entanto, de que a campanha de José Serra tenha algum tipo de denúncia para apresentar contra seu adversário.
Leia mais no especial Eleições 2002
PSDB admite "maior probabilidade" de vitória de Lula
EDSON PORTOPAULO CABRAL
da BBC, em São Paulo
O coordenador do programa de governo na candidatura José Serra (PSDB), Luiz Paulo Vellozo Lucas, admitiu em entrevista à BBC Brasil que o PT tende a ganhar as eleições deste ano.
"Se eu fizer um discurso voluntarista de que vamos ganhar de qualquer jeito é mentira. Ninguém pode negar que a maior probabilidade hoje é de vitória do Lula, mas uma virada não é impossível."
Vellozo Lucas diz que para tentar esta difícil virada, o PSDB vai tentar investir na "racionalidade" dos eleitores.
"Se as pessoas entrarem em um processo de racionalização antes de votar, nós podemos ganhar esta eleição. Nestas eleições, a racionalidade está contando muito pouco, e se isto não for revertido a vitória vai ser do PT neste domingo", disse.
"Medo"
Vellozo Lucas não acredita que as peças publicitárias de Serra a respeito do "medo" da eleição de Lula caracterizem a campanha do PSDB como emocional.
"Quando há um candidato que é muito favorito, consolidando sua vitória sem esclarecer as suas posições, o sentimento que dá nas pessoas realmente é de medo", afirmou.
"Entre os empresários, os formadores de opinião na economia, o Serra tem 80% dos votos. Isto acontece porque estas pessoas são racionais e fazem cálculos."
Apesar de o PSDB já começar a admitir as grandes possibilidades de derrota, no PT está ficando cada vez mais difícil segurar o clima de já ganhou.
"Salto alto"
O secretário geral do PT nacional, Luiz Dulce, afirma que Luiz Inácio Lula da Silva "proibiu" o salto alto na campanha.
"A campanha continua sendo o mais importante, por isso não estamos discutindo nomes para ministério, nem fazendo anúncios."
Apesar da cautela, Dulce afirma que o partido não trabalha com a possibilidade de não vencer as eleições.
"Nós não trabalhamos com a hipótese de virada", diz ele. E acrescenta: "Mas é o eleitor que tem que se manifestar."
O petista afirma ainda que o partido quer uma vitória pela maior quantidade de votos que conseguir e que, por isso, trabalha "como se a situação estivesse empatada".
Mauro Paulino, diretor-geral do Instituto Datafolha, não afirma que uma virada é impossível, mas deixa claro que ela é improvável.
"A situação está muito positiva para a candidatura do PT", diz ele.
Denúncias
Paulino lembra que Lula só foi ameaçado em dois momentos durante os quase dois anos em que seu nome como candidato a presidente é discutido em pesquisas.
Roseana Sarney (PFL) e Ciro Gomes (PPS) foram os únicos candidatos que se aproximaram do petista na campanha do primeiro turno. Suas candidaturas, porém, naufragaram.
"José Serra até agora não ameaçou em nenhum momento", diz ele.
O diretor do Datafolha também diz que os votos dos dois candidatos são muito homogêneos em todos os setores da população.
Assim como muitos analistas, Paulino avalia que apenas algum fato novo - como uma denúncia muito grave, que, ao mesmo tempo, não deixasse dúvidas sobre sua veracidade - poderia tirar a vitória de Lula.
Ele diz, porém, que tal fato teria que ser grave do ponto de vista político e ter muita consistência, já que a "fórmula (atual) de ataques não deu resultados".
Não há indicações, no entanto, de que a campanha de José Serra tenha algum tipo de denúncia para apresentar contra seu adversário.
Leia mais no especial Eleições 2002
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