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20/10/2004
-
06h24
da BBC Brasil, em São Paulo
O Ministério da Ciência e Tecnologia informou nesta terça-feira que a visita dos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) à planta de enriquecimento de urânio da Fábrica de Combustível Nuclear em Resende (RJ) foi concluída e que não haverá pronunciamentos imediatos.
A AIEA agora deve anunciar nos próximos 30 dias se dá ou não respaldo ao início das operações de enriquecimento de urânio na fábrica, que ainda não começaram. O órgão da ONU também deve decidir se aceita a proposta brasileira sobre os futuros procedimentos de inspeção da fábrica.
Ela foi apresentada formalmente na segunda-feira, em reunião dos técnicos da AIEA com representantes do Conselho Nacional de Energia Nuclear (CNEN), no Rio de Janeiro.
O ministério informou ainda que os fiscais da agência nuclear da ONU ficaram satisfeitos com o que viram, apesar de não terem tido acesso visual às ultracentrífugas que enriquecem o mineral.
Segundo a assessoria, tudo o que constava da proposta brasileira foi cumprido e os representantes da AIEA não apresentaram novas demandas.
Energia
A avaliação da AIEA, de acordo com fontes do governo deve vir de "instâncias superiores", sendo enviada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
O governo brasileiro quer garantir a preservação da tecnologia nacional, desenvolvida pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP).
"O processo de ultracentrifugação consome 25 vezes menos energia do que o processo de difusão gasosa, usado nos Estados Unidos e na França, responsável pelo enriquecimento de mais de 50% do urânio utilizado no mundo", afirma o almirante Alan Arthou, diretor do CTMSP.
O processo de ultracentrifugação é utilizado também por outros países como Japão, Paquistão, Alemanha, Holanda e Grã-Bretanha. Mas apenas esses três países europeus, por meio do consórcio Urenco, exploram comercialmente a atividade.
Segundo o governo, a vantagem da tecnologia brasileira é que as centrífugas flutuam em um campo eletromagnético, reduzindo o desgaste de equipamentos.
Reunião
Nesta quarta-feira, os três inspetores da AIEA que estão no Brasil voltam a se reunir com a CNEN, mas apenas para a "conclusão de processos administrativos".
Apesar de terem sido convidados para conhecer outras instalações, durante as seis horas e meia de visita, os técnicos permaneceram apenas na unidade de enriquecimento de urânio da fábrica em Resende.
Segundo o presidente da CNEN, Odair Dias Gonçalves, se não houver desentendimento entre as duas partes, a expectativa é de que os inspetores da AIEA voltem ao Brasil em cerca de duas semanas para o que seria a última visita antes do início das operações.
A tecnologia brasileira seria capaz de enriquecer urânio a preços competitivos, mas na primeira fase do projeto a unidade não produzirá excedentes, podendo suprir 60% da demanda das usinas nucleares brasileiras.
"As centrífugas conseguem produzir a um preço menor ou igual ao de mercado. Se ela é melhor ou pior do que as outras, ninguém pode dizer. Ninguém conhece a minha, assim como eu não conheço as outras", afirma o almirante Alan Arthou.
O projeto prevê uma expansão da unidade de enriquecimento, ainda sem um cronograma definido.
Na segunda fase, a Fábrica de Combustível Nuclear terá capacidade para atender totalmente as necessidades das usinas nucleares brasileiras em funcionamento, além da demanda de Angra 3, se suas obras forem concluídas.
Parecer da AIEA sobre fábrica em Resende 'sai em até 30 dias'
ALEXANDRE MATA TORTORIELLOda BBC Brasil, em São Paulo
O Ministério da Ciência e Tecnologia informou nesta terça-feira que a visita dos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) à planta de enriquecimento de urânio da Fábrica de Combustível Nuclear em Resende (RJ) foi concluída e que não haverá pronunciamentos imediatos.
A AIEA agora deve anunciar nos próximos 30 dias se dá ou não respaldo ao início das operações de enriquecimento de urânio na fábrica, que ainda não começaram. O órgão da ONU também deve decidir se aceita a proposta brasileira sobre os futuros procedimentos de inspeção da fábrica.
Ela foi apresentada formalmente na segunda-feira, em reunião dos técnicos da AIEA com representantes do Conselho Nacional de Energia Nuclear (CNEN), no Rio de Janeiro.
O ministério informou ainda que os fiscais da agência nuclear da ONU ficaram satisfeitos com o que viram, apesar de não terem tido acesso visual às ultracentrífugas que enriquecem o mineral.
Segundo a assessoria, tudo o que constava da proposta brasileira foi cumprido e os representantes da AIEA não apresentaram novas demandas.
Energia
A avaliação da AIEA, de acordo com fontes do governo deve vir de "instâncias superiores", sendo enviada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
O governo brasileiro quer garantir a preservação da tecnologia nacional, desenvolvida pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP).
"O processo de ultracentrifugação consome 25 vezes menos energia do que o processo de difusão gasosa, usado nos Estados Unidos e na França, responsável pelo enriquecimento de mais de 50% do urânio utilizado no mundo", afirma o almirante Alan Arthou, diretor do CTMSP.
O processo de ultracentrifugação é utilizado também por outros países como Japão, Paquistão, Alemanha, Holanda e Grã-Bretanha. Mas apenas esses três países europeus, por meio do consórcio Urenco, exploram comercialmente a atividade.
Segundo o governo, a vantagem da tecnologia brasileira é que as centrífugas flutuam em um campo eletromagnético, reduzindo o desgaste de equipamentos.
Reunião
Nesta quarta-feira, os três inspetores da AIEA que estão no Brasil voltam a se reunir com a CNEN, mas apenas para a "conclusão de processos administrativos".
Apesar de terem sido convidados para conhecer outras instalações, durante as seis horas e meia de visita, os técnicos permaneceram apenas na unidade de enriquecimento de urânio da fábrica em Resende.
Segundo o presidente da CNEN, Odair Dias Gonçalves, se não houver desentendimento entre as duas partes, a expectativa é de que os inspetores da AIEA voltem ao Brasil em cerca de duas semanas para o que seria a última visita antes do início das operações.
A tecnologia brasileira seria capaz de enriquecer urânio a preços competitivos, mas na primeira fase do projeto a unidade não produzirá excedentes, podendo suprir 60% da demanda das usinas nucleares brasileiras.
"As centrífugas conseguem produzir a um preço menor ou igual ao de mercado. Se ela é melhor ou pior do que as outras, ninguém pode dizer. Ninguém conhece a minha, assim como eu não conheço as outras", afirma o almirante Alan Arthou.
O projeto prevê uma expansão da unidade de enriquecimento, ainda sem um cronograma definido.
Na segunda fase, a Fábrica de Combustível Nuclear terá capacidade para atender totalmente as necessidades das usinas nucleares brasileiras em funcionamento, além da demanda de Angra 3, se suas obras forem concluídas.
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