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30/05/2008 - 02h14

Chávez lamenta não ter se reunido com líder das Farc

CLAUDIA JARDIM
da BBC Brasil, em Caracas

Após dias de silêncio em relação à morte do líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Manuel Marulanda, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse "lamentar" não ter se reunido com o chefe guerrilheiro para discutir a paz e o acordo para a libertação de reféns do grupo rebelde.

"Eu lamento não ter podido me reunir com Manuel Marulanda para falar da paz, do acordo humanitário", disse Chávez nesta quinta-feira, durante um ato público do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).

A morte de Marulanda foi anunciada no último fim de semana.

"Por certo, ninguém se alegra por uma morte e é lamentável ver que algumas pessoas se alegrem pela morte de outra. Nós não nos alegramos pela morte de Manuel Marulanda", afirmou.

Chávez, que tem sido acusado pelo governo colombiano de manter vínculos com a guerrilha, disse esperar que com a morte de Marulanda os mecanismos de diálogo entre o governo e as Farc sejam reativados.

"Oxalá que com essa situação gerada pela morte de Manuel Marulanda se reativem os diálogos e as conversas e o governo e a guerrilha revejam (suas posições)", afirmou.

Analistas e políticos colombianos afirmam que com a indicação de Alfonso Cano, considerado um ideólogo das Farc, para substituir Marulanda no comando do grupo, há chance de abertura de novos espaços de diálogo para uma saída negociada do conflito.

Vídeo

Nos últimos dias, rumores sobre a procedência do vídeo em que um dos líderes das Farc lê um comunicado confirmando que Marulanda morreu no dia 26 de março, vítima de um infarto, provocou polêmica.

A imprensa colombiana e, posteriormente, a venezuelana, passaram a discutir se o vídeo, transmitido com exclusividade pelo canal multiestatal Telesul no domingo, teria sido gravado por membros da emissora.

Esse fator complicaria a situação do governo Chávez, já que o maior acionista do canal é o Estado venezuelano.
A Telesul nega ter participado da elaboração do vídeo. "A Telesul não fez este vídeo, essa é a verdade. (...) recebemos o material e logo depois de verificar as fontes, o conteúdo e o rigor jornalístico, decidimos transmiti-lo", disse Patricia Villegas, diretora da Telesul, em entrevista ao canal estatal VTV.

Chávez desmentiu outro rumor: o de que o vídeo teria sido gravado na Venezuela, o que significaria que um membro do Secretariado das Farc, Timoléon Jimenez, que lê o comunicado diante das câmeras, teria estado do lado venezuelano da fronteira nos últimos dias.

"Repetiram uma e cem vezes que esse vídeo do líder da guerrilha das Farc não foi gravado na Colômbia e sim na Venezuela, inclusive fazendo especulações sobre as plantas, que a vegetação era de Sabaneta (terra natal de Chávez), de uma fazenda de Barinas, um conjunto de especulações em torno desse acontecimento", disse o presidente venezuelano.

"Qualquer coisa vão inventar e repetem tantas vezes que muita gente termina acreditando que é verdade que Hugo Chávez mandou 300 milhões de dólares a Marulanda e não sei quantos fuzis e uniformes e que aqui protegemos o terrorismo e a guerrilha."

 

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