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28/03/2005 - 15h13

Entenda o vírus Marburg, que causa mortes em Angola

da BBC Brasil

Uma epidemia do vírus Marburg --que causa febre hemorrágica-- atingiu Angola em outubro passado causando a morte de mais de cem pessoas, principalmente crianças. Tire aqui suas dúvidas sobre o vírus, que é da mesma família do Ebola.

O que é a doença?

A febre hemorrágica causada pelo Marburg é de um tipo raro e severo e afeta tanto seres humanos como primatas. O vírus é da família do filavírus, a mesma do Ebola.

O nome do vírus é herança da cidade alemã de Marburg, onde ele foi identificado pela primeira vez, em 1967.

As primeiras pessoas a serem contaminadas haviam sido expostas aos chamados macacos verdes da África, ou ao tecido dos mesmos. Os macacos e os tecidos haviam sido levados para a Alemanha para pesquisas médicas.

A doença é fatal?

Sim, segundo o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças do governo americano, em inglês), o índice de mortalidade entre os pacientes é de 23% a 25%.

Como os seres humanos são contaminados?

Não se sabe como o vírus passa dos animais para os humanos, mas assim como outros vírus que causam a febre hemorrágica, os seres humanos contaminados podem passar a doença para outras pessoas.

O contágio, segundo o CDC, se dá de várias maneiras. Nos casos existentes, as pessoas que tiveram contato com macacos contaminados e contato direto com fluidos e cultura de células foram infectadas.

A doença se espalhou entre humanos em situações de contato próximo, geralmente em hospitais.

Outros casos semelhantes são pais contaminados passando o vírus para os filhos e vice-versa.

As principais suspeitas das formas de contágio são através de fluidos corporais, ou contato direto com pessoas, equipamentos ou outros objetos contaminados com sangue infectado ou tecidos.

Quais são os sintomas da doença?

O vírus Marburg pode ficar incubado de três a sete dias, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), e provoca febre, calafrios e dor de cabeça. O paciente também pode sofrer com irritações cutâneas no tronco, náusea, vômitos, dores no peito, dores de garganta, dores abdominais e diarréia.

Os sintomas pioram e podem incluir icterícia, inflamação do pâncreas, perda de peso, delírios, choques, insuficiência hepática, hemorragias e disfunções dos orgãos.

Como os sintomas são parecidos com os de outras doenças infecciosas como a malária e a febre tifóide, o diagnóstico pode ser difícil, especialmente se for de um único caso.

Que tratamento pode ser usado?

Cientistas desenvolveram vacinas tanto contra o vírus Marburg como o Ebola, que já foram testadas em animais de laboratório. Há sinais promissores de que algumas terapias poderão ser aplicadas aos pacientes.

Algumas experiências usam anticorpos retirados da medula óssea de sobreviventes do Ebola.

Mas, segundo o CDC, não há um tratamento específico para a doença.

As recomendações atualmente são assistência hospitalar, para que o paciente mantenha seus fluidos equilibrados e a pressão sangüínea controlada. O paciente também pode receber transfusões sangüíneas e de fatores coagulantes.

Onde ocorrem os casos do vírus Marburg?

Na época em que foi descoberto, o vírus foi encontrado em Frankfurt e em Belgrado, na antiga Iugoslávia. Na ocasião, 31 pessoas ficaram doentes, e sete morreram segundo a OMS. Entre eles, funcionários de laboratórios médicos e parentes das vítimas.

Casos do vírus são raros e foram registrados em poucos lugares. Apesar de o vírus ter surgido na Europa em 1967, ele veio com macacos de Uganda. Nenhum outro caso foi registrado até 1975, quando um viajante que (provavelmente) foi exposto ao vírus no Zimbábue, desenvolveu a doença em Johanesburgo, África do Sul.

Em 1980 outros dois casos foram registrados no oeste do Quênia. Outros casos isolados foram registrados em 1987, também no Quênia e no ano seguinte, na República Democrática do Congo.

O vírus é encontrado em países do sul da África.
 

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