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06/06/2008 - 22h37

Colômbia e Equador restabelecem relações diplomáticas

CLAUDIA JARDIM
da BBC Brasil, em Caracas

Os governos da Colômbia e do Equador anunciaram o restabelecimento de suas relações diplomáticas nesta sexta-feira, três meses depois de terem sido suspensas por causa da ação militar colombiana contra um acampamento das Farc no Equador, que resultou na morte do número dois da guerrilha, Raúl Reyes.

A reaproximação entre os dois governos foi mediada pelo ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, que teria convencido os presidentes do Equador, Rafael Correa, e da Colômbia, Álvaro Uribe, a reabrir os canais diplomáticos.

"No dia de hoje ambos presidentes confirmaram sua disposição em dar esse passo de imediato através de suas respectivas chancelarias", disse um comunicado emitido pela organização Centro Carter, presidida pelo ex-presidente norte-americano.

O documento detalha que Carter teria conversado por telefone com os presidentes Uribe e Correa, e com o secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA), José Miguel Inzulza, que também mediou a crise.

Por enquanto, as relações diplomáticas estarão limitadas à presença de um encarregado de negócios em ambos países.

Embaixador

A chancelaria equatoriana disse que "tomará o tempo necessário" para restabelecer plenamente o canal diplomático com o envio de um novo embaixador à Colômbia.

O presidente Rafael Correa "confirma sua vontade de restabelecer de maneira imediata as relações diplomáticas em nível de encarregados de negócios com o governo da Colômbia", disse a chanceler Maria Isabel Salvador em Quito.

A precaução equatoriana residiria no impacto das informações divulgadas pelo governo da Colômbia contidas em supostos documentos encontrados no computador de Reyes, apreendido depois de sua morte.

O governo de Álvaro Uribe afirma que em um dos documentos há provas que indicam que Correa teria recebido dinheiro das Farc para sua campanha eleitoral.

Para o governo do Equador, Bogotá realiza uma "campanha internacional" para vinculá-lo às Farc por meio desses documentos.

O governo da Venezuela --que imediatamente após o bombardeio no Equador rompeu relações com a Colômbia, para logo depois normalizá-las-- também é acusado por Bogotá de manter vínculos com as Farc.

Sem condições

O governo de Bogotá, por meio de um comunicado, disse estar disposto a restabelecer relações diplomáticas "de maneira imediata e sem pré-condições".

"Na medida em que o governo do Equador acolha esta iniciativa, a chancelaria em cooperação e colaboração com a OEA (...), faremos um trabalho detalhado e formal para este restabelecimento", disse o chanceler colombiano Fernando Araújo a jornalistas em Bogotá.

Na quinta-feira, Araújo voltou a negar a possibilidade de atender o pedido do Equador, que exige da Colômbia o pagamento de uma indenização por ter violado seu território durante o bombardeio.

Quito rompeu relações diplomáticas com Bogotá no dia 3 de março, ao expulsar o embaixador colombiano de seu país. Na ocasião, Rafael Correa acusou o governo colombiano de ter cometido um "massacre" e de haver violado sua "soberania territorial".

No bombardeio, foram mortas 23 pessoas, entre guerrilheiros e civis.

 

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