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02/05/2005 - 09h54

Eleição pode dar a Blair título de carreira brilhante

ANDREW WALKER
da BBC

Oito anos depois de ter subido ao poder, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, encontra-se à beira de mais um impressionante feito político.

Se o Partido Trabalhista conquistar uma terceira vitória consecutiva, Blair, que já é o primeiro-ministro trabalhista há mais tempo no poder, também será o primeiro líder do partido a cumprir três mandatos consecutivos.

Mas, como ele bem sabe, o resultado desta eleição será um veredicto decisivo, não apenas sobre o projeto do Novo Trabalhismo, mas também sobre o próprio Anthony Charles Lynton Blair.

O cenário político britânico se alterou radicalmente desde que ele e Cheri Blair chegaram à residência oficial do chefe de governo, no número 10 da Downing Street, recebidos por uma multidão eufórica em 2 de maio de 1997.

Conflito

Sem dúvida, os principais pontos levantados pelo Partido Trabalhista nas eleições de 1997 educação, sistema público de saúde e criminalidade ainda permanecem no centro do programa do partido.

Aumentos recordes de gastos em saúde e educação foram ofuscados pela controvérsia sobre listas de espera, hospitais sujos e a introdução de taxas para educação superior.

A impressão sobre a economia, que vem sendo administrada quase que de maneira independente pelo ministro da Economia Gordon Brown, é de que vai bem, obrigado.

Blair, ao longo desse tempo, tornou-se uma importante figura no cenário internacional e continua disposto a fazer o trabalho.

Mas os atentados de 11 de setembro e a conseqüente "guerra contra o terror" transformaram Blair de um político com uma ampla agenda doméstica em um líder de guerra, cuja defesa da invasão do Iraque dividiu a opinião pública e o próprio Partido Trabalhista.

Como o próprio Blair disse na convenção do Partido Trabalhista em 2004: "Nunca imaginei que passaria o tempo descobrindo como terroristas treinados em remotas partes do mundo acabam virando uma ameaça presente nas ruas britânicas".

"E a ironia, para mim, é que eu, como um político progressista, sei que apesar da oposição de tantos políticos progressistas ao que eu fiz, a única maneira duradoura de derrotar o terrorismo é através de políticas progressistas."

Além das políticas do dia-a-dia, Tony Blair também tem olhado para o seu legado político. Se o Partido Trabalhista vencer as eleições, o maior desejo de Blair é por um estrondoso 'sim' no referendo sobre a constituição da União Européia, que deve ser realizado no ano que vem.

Uma vitória no referendo selaria o governo Blair deixando um marco do sucesso.

Recentes problemas de saúde no entanto, somados à decisão de não concorrer a um quarto mandato, levaram à especulação de quem será o sucessor de Blair.

Colocado de maneira simples, quanto mais ampla a maioria trabalhista, maior o espaço para manobras. Será que ele vai preparar o ministro da Economia Gordon Brown para ser o próximo primeiro-ministro, ou vai trazer ao palco um de seus protegidos?

O resultado do último desafio eleitoral de Blair poderá selar uma carreira espetacular ou fechar as cortinas para um político talentoso que, como Ícaro, voou muito perto do sol.

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