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02/05/2005
-
10h10
da BBC
Na base de sua campanha eleitoral, o Partido Trabalhista vem pedindo aos eleitores britânicos que não encarem as eleições gerais do dia 5 de maio como um referendo sobre a liderança de Tony Blair, e sim como uma escolha crucial entre dois potenciais governos.
O partido também vinha trabalhando com a possibilidade de que a guerra contra o Iraque já causou os danos que poderia, e que o assunto agora não deveria dominar as eleições.
Os trabalhistas tentaram puxar a campanha para temas como a economia e os serviços públicos, que lhe trariam vantagens sobre os concorrentes. Mas recentemente, tanto o Partido Liberal Democrata como os Conservadores voltaram a questionar a postura do governo sobre a guerra.
E com as novas denúncias o governo foi obrigado a revelar o parecer legal sobre a guerra dado pelo procurador-geral Lord Goldsmith em março de 2003, ameaçando a estratégia da campanha.
O Partido Trabalhista já perdeu o controle sobre a agenda da campanha.
E nos últimos dias antes das eleições, as possibilidades são de que a integridade de Blair e seu muito criticado "estilo de governar" vão permanecer no centro das discussões.
É precisamente este suposto estilo presidencialista de governo e liderança --previamente usado para vantagem dos trabalhistas-- que agora vem sendo deixado de lado, até abandonado.
O que era antes visto como uma qualidade certa para atrair votos, agora é visto por muitos como um problema.
Estilo relaxado
As circunstâncias que levaram à decisão de ir para a guerra parecem apenas reforçar as alegações da oposição de que o primeiro-ministro tem um estilo centralizador de governar e que não envolveu o gabinete e os parlamentares propriamente em um momento crítico.
Pior, os partidos da oposição alegam que Blair enganou tanto o gabinete como os parlamentares para convencê-los a aprovar a guerra.
O assunto já foi discutido em dois inquéritos. No caso de Lord Hutton, a conclusão foi que houve falhas no registro da ata de algumas reuniões, no caso de Lord Butler, falou-se de um estilo "relaxado" de tomar decisões.
Ainda vai haver muita discussão sobre os detalhes do parecer legal de Lord Goldsmith, se o procurador-geral mudou de idéia ou se o gabinete foi comunicado das preocupações legais com a guerra.
A queixa dos conservadores e dos liberais democratas de que o Parlamento não teria concordado com a guerra se tivesse tido acesso ao parecer legal antes também permanece no ar.
Blair voltou a defender sua decisão de ir à guerra e o modo como tomou esta decisão.
A única certeza, porém, é que o assunto voltou à tona no pior momento possível para o primeiro-ministro.
Ataques
O líder conservador, Michael Howard, dificilmente vai conseguir capitalizar em cima das novas denúncias, já que ele sempre foi favorável à guerra e à remoção de Saddam Hussein do poder.
Mas ele vem liderando a campanha sobre a absoluta necessidade de maior envolvimento do gabinete no governo e, mais importante, da honestidade do primeiro-ministro.
Os liberais democratas são menos violentos em seus ataques contra a honestidade de Blair.
Mas acusaram o primeiro-ministro de ter feito um julgamento errado e, ainda por cima, ter justificado o julgamento de 'maneira enganosa'.
O partido, no entanto, tem a potencial vantagem de ter se oposto consistentemente à guerra e ao modo como o primeiro-ministro conduziu o país a ela.
Este é um território extremamente perigoso para Tony Blair, apesar de ele e seus ministros alegarem que o parecer na verdade é favorável e atesta a legalidade da guerra.
A pergunta agora é, será que a guerra pode mudar o resultado das eleições?
Especial
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Análise: Liderança de Blair está em jogo nas eleições
NICK ASSINDERda BBC
Na base de sua campanha eleitoral, o Partido Trabalhista vem pedindo aos eleitores britânicos que não encarem as eleições gerais do dia 5 de maio como um referendo sobre a liderança de Tony Blair, e sim como uma escolha crucial entre dois potenciais governos.
O partido também vinha trabalhando com a possibilidade de que a guerra contra o Iraque já causou os danos que poderia, e que o assunto agora não deveria dominar as eleições.
Os trabalhistas tentaram puxar a campanha para temas como a economia e os serviços públicos, que lhe trariam vantagens sobre os concorrentes. Mas recentemente, tanto o Partido Liberal Democrata como os Conservadores voltaram a questionar a postura do governo sobre a guerra.
E com as novas denúncias o governo foi obrigado a revelar o parecer legal sobre a guerra dado pelo procurador-geral Lord Goldsmith em março de 2003, ameaçando a estratégia da campanha.
O Partido Trabalhista já perdeu o controle sobre a agenda da campanha.
E nos últimos dias antes das eleições, as possibilidades são de que a integridade de Blair e seu muito criticado "estilo de governar" vão permanecer no centro das discussões.
É precisamente este suposto estilo presidencialista de governo e liderança --previamente usado para vantagem dos trabalhistas-- que agora vem sendo deixado de lado, até abandonado.
O que era antes visto como uma qualidade certa para atrair votos, agora é visto por muitos como um problema.
Estilo relaxado
As circunstâncias que levaram à decisão de ir para a guerra parecem apenas reforçar as alegações da oposição de que o primeiro-ministro tem um estilo centralizador de governar e que não envolveu o gabinete e os parlamentares propriamente em um momento crítico.
Pior, os partidos da oposição alegam que Blair enganou tanto o gabinete como os parlamentares para convencê-los a aprovar a guerra.
O assunto já foi discutido em dois inquéritos. No caso de Lord Hutton, a conclusão foi que houve falhas no registro da ata de algumas reuniões, no caso de Lord Butler, falou-se de um estilo "relaxado" de tomar decisões.
Ainda vai haver muita discussão sobre os detalhes do parecer legal de Lord Goldsmith, se o procurador-geral mudou de idéia ou se o gabinete foi comunicado das preocupações legais com a guerra.
A queixa dos conservadores e dos liberais democratas de que o Parlamento não teria concordado com a guerra se tivesse tido acesso ao parecer legal antes também permanece no ar.
Blair voltou a defender sua decisão de ir à guerra e o modo como tomou esta decisão.
A única certeza, porém, é que o assunto voltou à tona no pior momento possível para o primeiro-ministro.
Ataques
O líder conservador, Michael Howard, dificilmente vai conseguir capitalizar em cima das novas denúncias, já que ele sempre foi favorável à guerra e à remoção de Saddam Hussein do poder.
Mas ele vem liderando a campanha sobre a absoluta necessidade de maior envolvimento do gabinete no governo e, mais importante, da honestidade do primeiro-ministro.
Os liberais democratas são menos violentos em seus ataques contra a honestidade de Blair.
Mas acusaram o primeiro-ministro de ter feito um julgamento errado e, ainda por cima, ter justificado o julgamento de 'maneira enganosa'.
O partido, no entanto, tem a potencial vantagem de ter se oposto consistentemente à guerra e ao modo como o primeiro-ministro conduziu o país a ela.
Este é um território extremamente perigoso para Tony Blair, apesar de ele e seus ministros alegarem que o parecer na verdade é favorável e atesta a legalidade da guerra.
A pergunta agora é, será que a guerra pode mudar o resultado das eleições?
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