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25/05/2005 - 09h38

Internet ajuda chineses a formar grupos gays

LOUISA LIM
da BBC Brasil, na China

Há apenas quatro anos, a China tirou a homossexualidade da lista de doenças psiquiátricas. Agora, ativistas gays do país estão usando a internet e outros tecnologias para criar comunidades homossexuais naquela nação.

"Se não tivéssemos a internet para reunir as pessoas, provavelmente salas, bares e discotecas não existiriam. A internet é muito importante para as lésbicas", disse Sylvia, 23, durante uma reunião de mulheres em Pequim para discutir identidade sexual.

Esse tipo de espaço aberto para lésbicas é relativamente novo na China e um produto da geração da internet.

Área cinzenta

"Temos uma nova maneira de encontrar amigos, namoradas e começar uma nova vida, porque, antes da internet aparecer, cada um achava que era único e não poderia encontrar ninguém igual", afirmou Sylvia.

No entanto, os sites gays existem em uma área "cinzenta" e sofrem interferência oficial. "Alguns sites gays são fechados pelo provedor e, algumas vezes, eles não dão para isso uma razão ligada à homossexualidade. Sabemos, na verdade, que o motivo é o conteúdo gay", disse Xiao Xian, ativista lésbica.

"Ainda estamos em fase de testes para saber o que se pode fazer, o que é permitido. O governo não estabeleceu regras claras. Na verdade, as regras não são escritas e, então, temos de ver o que é possível fazer."

Um festival de filmes gays teve mais de cem pessoas na audiência e foi realizado em uma pequena sala de uma fábrica abandonada. O local foi escolhido depois que as autoridades proibiram a realização do evento no campus de uma universidade.

A maioria dos filmes da mostra foram produzidos na China, mas nunca haviam sido exibidos antes no país.

Um deles, uma história de amor entre um homem e um marciano, foi dirigido por Cui Ze'en, professor da Academia de Filmes de Pequim. O diretor foi proibido de dar aulas há 15 anos, quando assumiu ser homossexual.

Ele acredita que as autoridades se sentem tão ameaçadas por dissidentes políticos quanto dissidentes sexuais. "A homossexualidade representa uma política cultural diferente", afirma. "Ser gay é um tipo de política corporal que é inteiramente rejeitada em nosso sistema. Em nosso país, a política é ser igual, e os gays são diferentes."

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