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08/07/2005 - 18h04

Árabes oferecem condolências e justificativas a ataques em Londres

PAULO CABRAL
da BBC Brasil, no Cairo

Governos e jornais do mundo árabe condenaram os ataques a Londres de forma unânime. Mas, em alguns casos, a imprensa também expressou a opinião daqueles que vêem nas ações de americanos e britânicos parte da explicação para a escalada de violência.

O jornal nacionalista árabe Al Quds al Arabi --editado em Londres e distribuído no Oriente Médio-- diz que "atos terroristas, incluindo os de Londres, que têm como alvo pessoas inocentes, são absolutamente condenáveis".

Mas a publicação continua: "No entanto, devemos lembrar que a guerra americana no Iraque já deixou mais de 100 mil mortos e quatro vezes mais feridos. Guerra é guerra por todos os meios e o terrorismo é só um de seus instrumentos."

O ministro de Relações Exteriores do Irã, Hamid Reza Assef, ofereceu "as condolências do Irã às famílias das vítimas dos atos terroristas" e condenou "o uso de violência com objetivos políticos".

Religiosos

O aiatolá Mohammad Emami Kashini --importante clérigo da universidade de Teerã-- também condenou a violência, mas disse que os ataques são "um filho ilegítimo dos Estados Unidos e de Israel."

"Vocês falam sobre a Al Qaeda, mas esquecem de quem criou a Al Qaeda. Vocês criaram toda esta praga e agora ela está atacando vocês", disse o religioso, referindo-se ao Ocidente.

Na Arábia Saudita, o líder do conselho de Ulemás [principal órgão religioso do país], xeque Abdual Aziz al-Sheikh, declarou que "ter pessoas pacíficas como alvo não é aceito por nossa religião e na verdade é proibido", numa nota divulgada pela agência oficial de notícias.

O grupo extremista palestino Hamas --que os EUA classificam de "organização terrorista"-- enviou uma nota a agências de notícias internacionais para "condenar os ataques em Londres e oferecer sinceras condolências às famílias".

O Hamas disse que "a comunidade internacional precisa encerrar todas as formas de ocupação e agressão contra nações árabes e islâmicas, particularmente na Palestina, Iraque e Afeganistão, porque elas criam um clima que acaba levando a este tipo de incidente violento [como as explosões em Londres]".

Já a Autoridade Nacional Palestina (ANP) apenas ofereceu "sinceras condolências às pessoas e ao governo britânicos", através de uma mensagem do principal negociador palestino, Saeb Erekat.

Governos

O presidente de Síria, Bashar Al-Assad, enviou uma mensagem ao primeiro-ministro Tony Blair condenando "estes atos detestáveis."

O rei Mohamaed 6º, do Marrocos, também expressou condolências em uma mensagem enviada ao primeiro-ministro Blair e à rainha Elizabeth.

O rei Abdullah 2º, da Jordânia, expressou muita raiva em relação aos ataque e disse que "a religião muçulmana condena o assassinato de inocentes e a violência e o terrorismo em todas as suas formas".

O presidente do Iraque, Jalal Talabani, disse que as explosões provam que a guerra contra o terrorismo é global.

"O que está acontecendo no Iraque pode acontecer em qualquer país", disse o presidente.

Do Egito, no entanto, não saiu nenhum reação oficial. O governo estava ocupado com outra crise: a morte no iraque do diplomata Ilhab al Sharif.

O assassinato do funcionário egípcio foi anunciado na manhã de ontem em um site na Internet e a noite confirmado pelo governo.

O jornal "Al Shark al Aswat" --que tem a maior circulação entre publicações diárias em árabes-- publicou um artigo de Adil Darwish elogiando os líderes árabes que mandarem condolências a Londres, mas notando que mensagens não são suficientes.

"Os britânicos têm que ser apoiados de maneira prática e ativa para combater a escória terrorista. Não há alternativa à vitória na guerra contra o terrorismo", escreveu.
 

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