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11/07/2005 - 10h00

Crise no governo causa "desconforto duplo", diz Gilberto Gil

RODRIGO DURÃO COELHO
da BBC Brasil

Em férias de seu posto como ministro da Cultura, Gilberto Gil disse que a série de denúncias envolvendo o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva causa um desconforto duplo.

"Existem duas formas de desconforto comuns a todos com relação a qualquer coisa desse tipo", disse ele em Londres, em entrevista exclusiva à BBC Brasil.

"Uma é o desconforto das dificuldades e o desenvolvimento que as ações governamentais podem ter com acontecimentos desse tipo." Segundo o ministro, "a outra é o desconforto da cidadania".

Motivação

"É natural, porque a cidadania busca o tempo todo o aperfeiçoamento da vida, e essas erupções são sinais de que temos muito ainda o que fazer."

Apesar de reconhecer que "a perfeição não está batendo à porta", o ministro disse não estar encarando a situação com pessimismo. "Essa sensação de imperfeição é desconfortável para muita gente, mas, para mim, não é tanto", afirmou.

"Eu não me sinto tão desconfortável com a realidade da vida. Ela é assim, não me surpreendo tanto, não fico abatido, deprimido. Pelo contrário, elas nos devem dar mais ânimo", disse Gil.

Poesia

Ele diz que, em seu caso específico como titular da pasta da Cultura, as crises servem "para que se trabalhe ainda mais".

"Se elas (as crises) ameaçam paralisar o governo, a gente tem que se mexer mais", disse ele, que está em Londres por causa da turnê do show Eletroacústico.

"Estou de férias, mas estou todos os dias ligando, trabalhando com secretários, com outros ministros, para que o trabalho continue sendo feito."

"É o meu lado de poeta, aperfeiçoando o imperfeito", diz Gil, que admitiu não ter escrito nenhuma canção desde que assumiu o cargo ministerial.

Missão

Segundo ele, a maior missão que estipulou para seu posto ministerial é conseguir "uma maior compreensão e o alargamento do conceito de cultura no país, tanto para o governo como para a sociedade".

"A cultura como diálogo constante entre as linguagens, entre as formas de expressão, sejam elas artísticas, discursivas ou expressivas."

Ele diz que uma das maiores dificuldades que está enfrentando para isso é "o descaso histórico". "A cultura sempre foi tratada um pouco como o jarro de flores das classes dominantes, aquela coisa ornamental."

Gil também afirmou que a falta de recursos é "outro calvário da área cultural, é uma briga para se conseguir dinheiro".

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