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15/08/2005 - 11h56

Entenda o que pode ter derrubado o avião cipriota

da BBC Brasil

Investigações sobre as causas da queda de um avião de passageiros cipriota em uma colina perto de Atenas, na Grécia, em uma tragédia que matou todas as 121 pessoas a bordo, estão se concentrando na pressão da cabine.

Os peritos acreditam que pode ter ocorrido uma queda repentina de pressão.

Uma mensagem de texto enviada pelo telefone celular por uma das pessoas a bordo da aeronave da Helios Airways disse que os pilotos estavam desacordados e os passageiros enfrentavam um frio de congelar.

Leia o texto abaixo para entender melhor o que pode ter ocorrido com o avião.

Como ocorreu o acidente?

O Boeing 737 parece ter caído depois de uma repentina diminuição da pressão da cabine. Aparentemente os pilotos comunicaram problemas no sistema de ar condicionado do avião para o controle de tráfego aéreo cipriota pouco depois de decolar de Larnaca.

Em determinado momento, a aeronave se despressurizou muito depressa em pleno vôo. Caças foram enviados para localizar o avião a 10.350 metros de altitude e disseram que nem o piloto nem o co-piloto estavam conscientes e nenhum dos dois podia ser visto no painel de controle do avião.

Máscaras de oxigênio foram vistas penduradas na cabine do piloto, mas não pareciam usadas. Isso indica que os dois homens que pilotavam o avião desmaiaram antes que pudessem usá-las. Pouco depois, o avião, que poderia estar sendo conduzido através do piloto automático, chocou-se contra colinas na Grécia.

Qual é a diferença da pressão interna e externa de um avião?

O ar dentro de um avião comercial de grande porte é pressurizado - sua densidade é aumentada de forma a se tornar equivalente à do ar a 3.050 metros de altitude, na qual é rarefeito, mas respirável.

O ar a altitudes mais elevadas tem menos oxigênio. A 9.144 metros de altura os seres humanos só podem se manter acordados sem uma quantidade extra de oxigênio por até 30 segundos. Peritos em aviação comparam essa altitude a estar no topo do monte Everest.

A queda de pressão teria causado o acidente?

No momento não há uma resposta definitiva para esta pergunta. Há indícios - como os pilotos desmaiados - de que pode ter havido uma despressurização. Notícias de que corpos de passageiros foram encontrados congelados reforçam teorias de que eles foram expostos ao ar rarefeito.

Que procedimentos de emergência existem para lidar com problemas de perda de pressão na cabine?

Há vários procedimentos de emergência em aviões comerciais de grande porte.

Os pilotos na cabine de controle são alertados para problemas de pressão por um alarme que toca bem alto. Máscaras de oxigênio são disponibilizadas para pilotos e passageiros.

Jatos são construídos de forma a suportar perdas de altitude rápidas no caso de queda de pressão, e os pilotos praticam esta manobra regularmente.

Se há planos de emergência, por que o avião cipriota caiu?

Os sistemas de navegação são independentes do controle de pressão, e aviões podem continuar voando por muito tempo depois de uma queda na pressão.

Peritos estão analisando porque os pilotos, aparentemente, não usaram o oxigênio antes de desmaiar. Se a queda na pressão foi extremamente rápida, o ar dentro do avião pode ter desaparecido em um instante, acompanhado de um ruído semelhante ao de uma explosão.

Esta forma de "descompressão explosiva" pode afetar a pressão sangüínea, causar trauma pulmonar e levar à perda da consciência. Apesar disso, os pilotos treinam regularmente para enfrentar esse tipo de emergência.

Já ocorreram outros incidentes como este?

Um avião da Helios Airways já havia sofrido, no passado, uma queda de pressão na cabine quando voltava de Varsóvia. O avião fez um pouso de emergência em Larnaca. Três passageiros receberam tratamento em um hospital. Não está claro se a aeronave envolvida neste episódio era a mesma que caiu na Grécia.

Outros aviões tiveram problemas com pressão. Em 1996, um 727 da US Trans Air sofreu uma queda rápida de pressão de cabine quando cruzava os Estados Unidos. O capitão e seu assistente desmaiaram, mas o co-piloto colocou logo sua máscara de oxigênio e restabeleceu as condições de segurança de vôo.

Em 1999, um Lear Jet que tinha a bordo um astro do golfe americano, Payne Stewart, voou cinco horas pelos Estados Unidos até cair, depois que uma queda de pressão interna matou ou deixou inconscientes todos a bordo.
 

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