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02/06/2006
-
14h13
da BBC Brasil, em Lima
O eleitor peruano está diante de um dilema inédito entre as candidaturas dos presidenciáveis Alan García, do Apra, e Ollanta Humala, do UPP, segundo os analistas entrevistados pela BBC Brasil.
As opiniões de Luis Benavente, da Universidade de Lima, Carlos Aquino, da Universidade de São Marco, e Rolando Ames, da Universidade Católica, coincidem quando o assunto é a dificuldade da escolha no pleito de domingo.
“García e Humala foram os que registraram maior índice de rejeição no primeiro turno das eleições”, disse Benavente. “É a eleição do ‘menos pior’, mas para muitos é difícil saber qual deles é ‘menos ruim’”, ironizou Aquino.
No primeiro turno, segundo o analista, a rejeição a cada um dos dois candidatos esteve em torno dos 30% a 40%. E a expectativa, às vésperas do segundo turno da eleição presidencial neste domingo, é que o total de votos brancos e nulos fique em cerca de 14%.
Cerca de 16 milhões de eleitores irão às urnas para decidir entre o ex-presidente García, acusado de deixar o país mergulhado num caos econômico e social ao fim do seu governo, em 1990, e o presidenciável Humala, denunciado por participar de uma revolta militar contra o então presidente Alberto Fujimori.
“Vou anular o meu voto. Alan García fala muito bonito, mas porque não fez tudo isso (que promete agora) quando foi presidente?”, questionou o comerciante Mario Leche.
Na TV
Na tentativa de conquistar o voto dos indecisos ou decepcionados, García e Humala intensificaram as campanhas televisivas, minutos antes do fechamento da campanha, nesta quinta-feira.
“Terror, morte, medo. Não vote pela violência, vote pela mudança responsável”, dizia a propaganda eleitoral de García. O nacionalista Humala também apelou, na sua última propaganda eleitoral:
“Queridos peruanos, como vocês, sou um pai de família, queremos um país para todos e não só para poucos. Vamos reformar a constituição, reduzir preços do gás e do combustível, diminuir salário do presidente e aumentar a produtividade”. E insistiu: “Que o medo não vença a esperança”.
A encruzilhada dos eleitores peruanos nessa eleição levou a revista semanal "Caretas", que chegou às bancas esta semana, a publicar na capa a foto de um revólver e as frases: “Este 4 de junio. No suicidarse – Nesse 4 de junho, não se sucidar”.
O editorial da revista, uma das mais respeitadas do país, afirma que optar por Humala seria um “desvario descomunal”. Num artigo no jornal econômico "El Comercio", o economista Eduardo Morón disse:
“Vamos votar sabendo que, na verdade, vamos bater contra um poste”. Segundo ele, Alan García tenta “vender a imagem de credibilidade”, mas é difícil acreditar que Alan não é mais aquele Alan (que governou o país).
“Já Humala estimula os peruanos a empurrarem o seu carro. Mas ele sabe que também vai bater num poste”, criticou, duvidando das propostas do candidato.
Temendo manifestações violentas no domingo, a Justiça Eleitoral recordou que os rebeldes poderão pegar até dez anos de prisão, como manda a lei.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Ollanta Humala
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Eleição apresenta dilema a peruanos, dizem analistas
MARCIA CARMOda BBC Brasil, em Lima
O eleitor peruano está diante de um dilema inédito entre as candidaturas dos presidenciáveis Alan García, do Apra, e Ollanta Humala, do UPP, segundo os analistas entrevistados pela BBC Brasil.
As opiniões de Luis Benavente, da Universidade de Lima, Carlos Aquino, da Universidade de São Marco, e Rolando Ames, da Universidade Católica, coincidem quando o assunto é a dificuldade da escolha no pleito de domingo.
“García e Humala foram os que registraram maior índice de rejeição no primeiro turno das eleições”, disse Benavente. “É a eleição do ‘menos pior’, mas para muitos é difícil saber qual deles é ‘menos ruim’”, ironizou Aquino.
No primeiro turno, segundo o analista, a rejeição a cada um dos dois candidatos esteve em torno dos 30% a 40%. E a expectativa, às vésperas do segundo turno da eleição presidencial neste domingo, é que o total de votos brancos e nulos fique em cerca de 14%.
Cerca de 16 milhões de eleitores irão às urnas para decidir entre o ex-presidente García, acusado de deixar o país mergulhado num caos econômico e social ao fim do seu governo, em 1990, e o presidenciável Humala, denunciado por participar de uma revolta militar contra o então presidente Alberto Fujimori.
“Vou anular o meu voto. Alan García fala muito bonito, mas porque não fez tudo isso (que promete agora) quando foi presidente?”, questionou o comerciante Mario Leche.
Na TV
Na tentativa de conquistar o voto dos indecisos ou decepcionados, García e Humala intensificaram as campanhas televisivas, minutos antes do fechamento da campanha, nesta quinta-feira.
“Terror, morte, medo. Não vote pela violência, vote pela mudança responsável”, dizia a propaganda eleitoral de García. O nacionalista Humala também apelou, na sua última propaganda eleitoral:
“Queridos peruanos, como vocês, sou um pai de família, queremos um país para todos e não só para poucos. Vamos reformar a constituição, reduzir preços do gás e do combustível, diminuir salário do presidente e aumentar a produtividade”. E insistiu: “Que o medo não vença a esperança”.
A encruzilhada dos eleitores peruanos nessa eleição levou a revista semanal "Caretas", que chegou às bancas esta semana, a publicar na capa a foto de um revólver e as frases: “Este 4 de junio. No suicidarse – Nesse 4 de junho, não se sucidar”.
O editorial da revista, uma das mais respeitadas do país, afirma que optar por Humala seria um “desvario descomunal”. Num artigo no jornal econômico "El Comercio", o economista Eduardo Morón disse:
“Vamos votar sabendo que, na verdade, vamos bater contra um poste”. Segundo ele, Alan García tenta “vender a imagem de credibilidade”, mas é difícil acreditar que Alan não é mais aquele Alan (que governou o país).
“Já Humala estimula os peruanos a empurrarem o seu carro. Mas ele sabe que também vai bater num poste”, criticou, duvidando das propostas do candidato.
Temendo manifestações violentas no domingo, a Justiça Eleitoral recordou que os rebeldes poderão pegar até dez anos de prisão, como manda a lei.
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