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Entenda os protestos e a crise política na Tailândia
da BBC
A Tailândia enfrenta uma grave crise política desde que o premiê Thaksin Shinawatra foi retirado do poder por um golpe militar, em setembro de 2006.
Desde então, partidários e opositores do ex-premiê vêm travando uma batalha política sobre quem deve liderar o país. Em dezembro de 2008, o líder do Partido Democrata, Abhisit Vejjajiva, foi eleito primeiro-ministro, mas sua eleição não pôs fim à crise, como muitos esperavam.
Confira abaixo algumas perguntas e respostas sobre a crise na Tailândia.
Quem são os manifestantes pró-Thaksin?
Thaksin continua sendo apoiado por tailandeses mais pobres das zonas rurais, que se beneficiaram com políticas populistas implementadas durante os cinco anos do seu governo.
O principal movimento pró-Thaksin é a Frente Unida por Democracia contra Ditadura (UDD, na sigla em inglês). Seus manifestantes costumam usar camisetas vermelhas.
A UDD afirma que o premiê Abhisit Vejjajiva chegou ao poder de forma ilegal, e o acusa de ser comandado pelos militares tailandeses. A frente pede a renúncia de Abhisit e a convocação de novas eleições.
Desde março, manifestantes pró-Thaksin têm feito protestos em frente a prédios do governo, inclusive impedindo algumas reuniões de ministros.
No dia 11 de abril, eles forçaram o cancelamento de uma reunião da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), invadindo um centro de conferências no resort de Pattaya, no litoral tailandês. No dia seguinte, invadiram o prédio do Ministério do Interior e bloquearam estradas em Bancoc. Abhisit declarou estado de emergência.
As táticas do grupo pró-Thaksin são semelhantes às usadas por manifestantes anti-Thaksin no ano passado, que acabaram provocando a saída do primeiro-ministro na época.
Quem são os manifestantes anti-Thaksin?
Os opositores a Thaksin formam a Aliança do Povo pela Democracia (PAD, na sigla em inglês) e usam camisetas amarelas, em homenagem à monarquia tailandesa.
Uma das acusações dos manifestantes é a de que Thaksin não é leal ao rei tailandês.
O PAD é formado por partidários da monarquia, empresários e pessoas da classe média urbana. O movimento é liderado pelo empresário do setor de comunicação Sondhi Limthongkul e pelo ex-general Chamlong Srimuang, que é aliado próximo do general Prem Tinsulanonda, assessor especial do rei tailandês.
O PAD acusa Thaksin de ter incorrido em corrupção e nepotismo durante seu governo. As manifestações do movimento foram centrais à época do golpe militar que retirou Thaksin do poder em 2006.
Em 2008, os manifestantes do PAD protestaram contra o Partido do Poder do Povo (PPP), visto como uma continuação do partido de Thaksin, que havia sido banido.
Durante os protestos, o palácio do governo foi tomado por três meses. O principal aeroporto de Bancoc ficou paralisado por uma semana, afetando fortemente a indústria do turismo.
Os manifestantes anti-Thaksin lideraram movimentos considerados centrais na derrubada de dois primeiros-ministros: Samak Sundaravej e Somchai Wongsawat, que é cunhado de Thaksin.
Como Abhisit chegou ao poder?
Em meio aos protestos de dezembro de 2008, a Corte Constitucional da Tailândia condenou o partido PPP, dos aliados de Thaksin, por fraude eleitoral. Os líderes do partido foram banidos da vida política do país por cinco anos.
A condenação levou a um novo impasse entre as forças políticas tailandesas. No entanto, um pequeno grupo de parlamentares pró-Thaksin mudou de lado e passou a apoiar o Partido Democrata.
Isso fez com que o líder do Partido Democrata, Abhisit Vejjajiva, formasse um novo governo e se tornasse primeiro-ministro, sem a convocação de eleições gerais.
O Partido Democrata não é aliado oficialmente a qualquer dos grupos de manifestantes, mas, no passado, alguns integrantes do movimento anti-Thaksin PAD fizeram parte do partido.
Onde está Thaksin agora?
Thaksin se diz 'um cidadão do mundo', e viaja bastante para Dubai, China, Grã-Bretanha e Hong Kong.
Se voltar à Tailândia, ele será preso. Ele foi condenado a dois anos de prisão por corrupção.
Seu projeto de longo prazo não está claro. Ele já disse que não pretende voltar à política, mas também afirmou que tem um papel em liderar a Tailândia durante a crise econômica mundial.
Thaksin tem conversado com seus partidários na Tailândia através de videoconferências.
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