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Hotéis egípcios se recusam a receber evento de aniversário de Israel
da BBC Brasil
Três hotéis de Alexandria, a segunda maior cidade do Egito, se recusaram a receber um evento organizado pelo consulado israelense que celebraria os 61 anos da criação de Israel, comemorado neste mês.
Segundo a imprensa egípcia, os hotéis tomaram a decisão por temer um boicote por parte de seus turistas árabes, seus maiores clientes.
A imprensa também especulou que a realização do evento em Alexandria poderia provocar uma reação negativa em membros de facções palestinas que devem participar de um evento no Cairo para promover o diálogo e a reconciliação desses grupos.
"Uma celebração israelense no Egito poderia desagradar alguma facção palestina e prejudicar os esforços do governo egípcio para este encontro", disse um jornal em seu editorial.
Um deputado egípcio teria inclusive enviado uma carta ao Parlamento do país agradecendo publicamente os três hotéis por terem tomado a decisão.
Evento no Cairo
Alexandria é um grande destino de turistas de várias partes do mundo, especialmente do Oriente Médio.
O Egito foi o primeiro país árabe a assinar um acordo de paz com Israel, em 1979, mas a relação entre os dois países sempre foi fria.
Além de Egito, a Jordânia também possui relações diplomáticas com Israel, que possui embaixadas nos dois países árabes.
O cônsul de Israel em Alexandria, Hassan Kabia, um árabe-isralelense, ficou frustrado em não poder levar adiante a celebração, viajando ao Cairo para protestar contra a decisão do governo egípcio.
No ano passado, Kabia organizou a celebração pelos 60 anos do Estado de Israel e contou, inclusive, com a presença de políticos de Alexandria.
O próprio presidente do Parlamento se viu envolvido em outra polêmica recentemente quando recebeu um convite para visitar o Parlamento israelense, o Knesset, mas jornais revelaram que ele não pretendia aceitar o convite.
Sorour negou que tivesse recusado o convite, mas disse que só visitaria Israel se isso lhe fosse pedido pelo Parlamento do Egito.
"Mas acho isso impossível porque o Parlamento condena as ações contra a paz feitas por Israel", declarou ele aos jornais.
Ele explicou que só visitaria Israel se a paz fosse atingida e um Estado palestino fosse criado, com Israel desocupando os territórios ocupados.
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