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Iranianos usam internet para tentar driblar censura
da BBC Brasil
Com o bloqueio do acesso a diversas páginas na internet, iranianos adotaram a postura de utilizar ferramentas online para tentar driblar a censura do governo e propagar informações, imagens e vídeos do clima de tensão no país.
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Os sites mais populares têm sido o Twitter e o Facebook, mas iranianos também têm usado o YouTube, o Flickr e o MySpace para postar material, por meio de ferramentas que driblam os bloqueios impostos pelas autoridades iranianas.
A guerra virtual tem sido tão intensa que simpatizantes do presidente reeleito, Mahmoud Ahmadinejad, também têm atacado a oposição na internet.
Segundo o professor Charles Harb, da Universidade Americana de Beirute, e especialista em mídia social, o que está acontecendo no Irã é uma espécie de revolução virtual que o governo local não consegue controlar.
"Em uma região onde governos seguidamente tentam monitorar a mídia e o fluxo de informação, a internet se transformou em um canal incontrolável de propagação de ideias", disse Harb.
Segundo o pesquisador, se antigamente era o bastante fechar jornais e emissoras de rádio e televisão, hoje governos encontram muito mais dificuldades com a internet.
Harb também avalia que a mídia tradicional tem usado informações de cidadãos como fontes e aponta o Twitter como a ferramenta mais eficiente para transmitir tudo que ocorre no Irã. "É incrível a quantidade de pessoas enviando informações por meio do twitter", afirma.
Popularidade
Uma das páginas do Twitter mais populares é dedicada ao candidato reformista Mir Hossein Mousavi, que alegou fraude nas eleições e liderou protestos na capital Teerã.
A página, entitulada Mousavi1388, está repleta de notícias dos protestos e conta com mais de 9,5 mil seguidores.
A reação dos seguidores de Ahmadinejad não demorou, tão logo a repercussão das tensões no Irã se espalharam pela internet. Duas páginas foram criadas em homenagem ao presidente iraniano, com aproximadamente 350 seguidores.
"Isso mostra o poder das redes sociais, a luta por corações e mentes através da internet", diz Harb. "Os seguidores de Ahmadinejad estão usando as mesmas ferramentas para escapar da censura e propagar ideias."
"Revolução Twitter"
O blogueiro iraniano Herzai M. afirma que, nas ruas de Teerã, as pessoas se comunicam usando o Twitter.
Ele diz que os protestos e os eventos no Irã ainda não podem ser chamados de um levante contra o regime, mas avalia que já há o que chamou de "Revolução Twitter".
"É surpreendente o que as pessoas estão fazendo", afirma. "Eu e colegas coordenamos nossos movimentos e locais para protestos pelo Twitter."
Herzai também diz que muitos ativistas têm usado os celulares para fotografar e filmar os acontecimentos e, depois, colocá-los na rede usando serviços de fotos e vídeo para o Twitter.
Mohamed B. é simpatizante do presidente Ahmadinejad e afirma que se informa de tudo o que ocorre em Teerã através de diversos usuários de Twitter.
"Vários colegas meus, militantes do presidente, souberam via Twitter que reformistas pró-Mousavi iriam se reunir em um dos campus da Universidade de Teerã", conta.
Mohamed diz que muitos de seus colegas se dirigiram até a universidade para confrontar os militantes de Mousavi.
Segundo a própria empresa que controla o Twitter, os servidores do site passariam por uma atualização que deixaria o serviço indisponível por 90 minutos, "mas o procedimento foi adiado para não comprometer o papel da ferramenta social nos eventos no Irã".
Outro site popular e que se transformou em arma de ativismo social para os iranianos é o Facebook.
Ativistas criaram uma página no site para Mousavi que já passou dos mais de 53 mil usuários, com fotos e notícias dos protestos.
O Facebook é um dos sites mais populares do Oriente Médio, com milhões de usuários e grupos sociais que defendem diversas ideias.
"É um dos sites mais temidos pelos regimes da região, por abrir as portas não só à discussão, mas à interação entre diversos grupos distintos", afirma o professor Charles Harb.
Segundo Harb, ativistas iranianos na Europa e nos Estados Unidos puderam receber fotos e vídeos de seus conterrâneos no Irã e propagar para suas redes sociais pelo mundo.
"É como uma bola de neve, que passa de um para centenas de outros", diz o professor.
Iranianos têm usado também outros sites para se comunicar com o resto do mundo, como blogs, o Flickr, o MySpace e o popular YouTube, especializado em vídeos.
"É fascinante o material que estou podendo colocar", conta o blogueiro Herzai. "Não há censura que impeça a liberdade de ideias. O governo queria nos calar, mas só deram um tiro no próprio pé."
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