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17/06/2009 - 10h59

Amorim diz que recontagem de votos no Irã é decisão "respeitável"

SILVIA SALEK
enviada especial da BBC Brasil a Astana

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, disse nesta quarta-feira que a decisão dos líderes iranianos de determinar uma recontagem limitada dos votos é "respeitável".

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Em uma entrevista em Astana, no Cazaquistão, Amorim rebateu ainda as críticas de que faltou ao governo brasileiro "cautela" ao emitir declarações positivas sobre o conturbado processo eleitoral iraniano.

"Deixa eles resolverem o problema. Vamos esperar o processo terminar", afirmou Amorim. "É respeitável que tenha se decidido dar uma satisfação à população [ao determinar a recontagem]."

Em declarações na segunda-feira, em Genebra, o presidente Lula havia dito que "não há provas" de fraude nas eleições iranianas --como alega a oposição. Até aquele momento, disse Lula, as disputas pareciam "um pouco coisa de flamenguistas e vascaínos", declarou o presidente.

Nesta quarta, o ministro Amorim rebateu críticas de que faltara ao governo brasileiro cautela ao abordar o tema. Rejeitou também acusações de que o Brasil tem se aproximado, em organismos multilaterais como o Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), de governos com históricos questionáveis de direitos humanos.

"Tem gente que quer falar de direitos humanos para ficar em paz com a própria consciência, purgar pecados do colonialismo, e tem gente que vai para melhorar a situação dos países", disse Amorim.

"Para melhorar a situação do Sudão, eu tenho que conversar com a União Africana. Para melhorar a situação do Sri Lanka, tenho que engajar o Sri Lanka."

O Brasil é acusado de "pegar leve" com esses países no Conselho de Direitos Humanos da ONU --atitude que o governo diz ser "construtiva", mas que organizações não-governamentais classificam como "conivente".

O próprio Cazaquistão é governado por um presidente reeleito desde 1991 em processos eleitorais polêmicos, e acusado de cercear a oposição.

"Eu fui ao Zimbábue, estive com [Robert] Mugabe e [com o opositor Morgan] Tsvangirai. Muita gente pode ver isso criticamente. Mas muitas vezes o perfeito é inimigo do bom", disse Amorim.

"Nós temos que ter um processo evolutivo. O que queriam as potências europeias? Que Mugabe saísse na hora e entrasse Tsvangirai. Teria havido guerra civil, milhares de mortos, será que teria sido melhor?", defendeu.

Comentários dos leitores
Valentin Makovski (217) 03/11/2009 15h23
Valentin Makovski (217) 03/11/2009 15h23
Eu não duvido de nada, se os EUA em alguns anos, implantarem algumas bases de mísseis de longo alcance no Iraque, pois estão lá e tem mais de 100 mil soldados, agora lógico. A Russia esta fazendo o mesmo apoio ao Irã, Pra ser mais exato, a guerra fria ainda não acabou só mudou de época. Lógico com vantagem dos EUA, mas a Russia tem seus prô e contras, ainda tem tecnologia suficiente e possui o maior arsenal de bombas atômicas. EUA estão no paquistão não para combater o Taliban, estão presentes numa região que demanda conflitos eternos, e que sempre terá um para vender armas, e tecnologia. Sabemos de praxe Srs (as) que guerras são grande negócios, em valores astronômicos. Antes não se dava ênfase á aquela região, hoje em dia a região é estratégica para as super potencias, envolve muito dinheiro e conflitos a vista. Por isso tanto interesse e tanta movimentação bélica. sem opinião
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J. R. (1126) 18/10/2009 13h21
J. R. (1126) 18/10/2009 13h21
RU treina soldados iraquianos para proteger seus poços de petróleo.
"O Parlamento iraquiano aprovou nesta terça-feira um acordo de cooperação marítima com o Reino Unido que permitirá o retorno de entre cem e 150 soldados britânicos ao sul do país árabe, para ajudar a treinar a Marinha iraquiana e proteger as instalações petrolíferas."
Este é o sinal obvio que os ingleses se apossaram das companhias de petróleo iraquianas após enforcarem Sadam Hussein e colocarem "testas de ferro e laranjas" da nova elite iraquiana. Como se não bastasse o exército iraquiano vigiará os poços para eles. Provavelmente, após o saque ao tesouro iraquiano, no lugar de ouro e outras moedas, os corsários os encheram de dólares cheirando a tinta. O Irã deve abrir bem os olhos, pois isso é o que é pretendido para eles também. É bom que a revolução dos aiatolás comece a educar seu povo maciçamente, a fim de não facilitar a invasão dos inimigos que sempre contam com que o povo esteja na ignorância.
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J. R. (1126) 28/09/2009 14h07
J. R. (1126) 28/09/2009 14h07
Alguns não querem que o Brasil se aproxime do Irã, outros não querem que se aproxime do criminoso Israel, porém lembrem-se que estão num país que não tem rabo preso. O presidente do Irã virá, o ministro de Israel, Kadafi, Obama. Isso é liberdade e autodeterminação. De que adianta essa panacéia com relação ao mundo árabe? Nada. 1 opinião
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