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16/09/2009 - 07h25

Yukio Hatoyama toma posse como primeiro-ministro do Japão

EWERTHON TOBACE
da BBC Brasil, em Tóquio (Japão)

Após 54 anos praticamente consecutivos no poder, o Partido Liberal Democrata (PLD) do Japão viu nesta quarta-feira seu maior rival, o Partido Democrático (PDJ), assumir a maioria das cadeiras da Câmara Baixa do Parlamento e confirmar o líder do partido, Yukio Hatoyama, como primeiro-ministro do país.

O novo premiê de 62 anos, o 93º que assume o poder no Japão, recebeu os votos a favor de 327 deputados, contra 119 da agora oposição formada pelo PLD. "A batalha começa agora", disse o líder na manhã desta quarta-feira.

A troca de cadeiras ocorreu após as últimas eleições, realizadas em agosto, quando a população foi às urnas e pôs um fim ao governo do PLD, liderado até então pelo ex-primeiro-ministro Taro Aso. O PDJ tem agora 308 dos 480 assentos da Câmara Baixa.

O primeiro passo de Hatoyama foi apresentar formalmente seu novo gabinete. O antigo líder do PDJ, Katsuya Okada, é o novo Ministro das Relações Exteriores e Hirohisa Fujii assume a pasta de Finanças.

Desafios

Impulsionar a economia japonesa, que amarga seu pior desempenho em décadas, acabar com o alto índice de desemprego que chegou ao recorde de 5,7%, o maior desde o fim da Segunda Guerra (1939-1945) e resolver o problema da previdência social são os principais desafios do novo governo.

Semana que vem, o novo premiê fará sua primeira viagem oficial ao exterior. Ele vai se encontrar com Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, principal parceiro comercial do Japão. Hatoyama defende uma relação mais "igualitária" com os americanos.

Hatoyama conquistou o poder com a promessa de grandes mudanças para o Japão.

O professor Phil Deans, da Universidade Temple, de Tóquio, disse à BBC que as pessoas estavam cansadas do antigo sistema, o que facilitou a vitória do PDJ.

"Todos concordam que promover uma reforma é bom, mas para onde vai o Japão agora? Qual o próximo modelo?", questiona. Hatoyama prometeu, por exemplo, aumentar o seguro social, mas até agora não apresentou ideias de como vai conseguir recursos para isso.

O primeiro-ministro vai contar com o apoio de dois partidos pequenos, o Social Democrata e o Novo Partido Popular. A coalizão deve garantir a aprovação de medidas polêmicas nas duas casas do Parlamento japonês.

Hatoyama disse à imprensa que dará prioridade aos problemas domésticos. Na semana passada, a promessa de reduzir, até 2020, em 25% a emissão de gases que causam o efeito estufa, tomando como base os níveis de 1990, não foi bem recebida pelo setor empresarial.

Outra promessa é a ajuda mensal de cerca de US$ 275 para cada criança. A ideia é incentivar a natalidade e, assim, acabar com o problema do encolhimento da população japonesa. Além disso, o rápido envelhecimento no país gera um alto custo com previdência.

 

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