Publicidade
Publicidade
04/02/2001
-
09h04
KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo
Confiante de que terá força política nos dois últimos anos do mandato, Fernando Henrique Cardoso exigirá fidelidade do PFL, partido em crise com o governo. O presidente intervirá diretamente amanhã para acabar oficialmente com a "rebelião".
No bastidor, porém, a crise já terminou. FHC já foi informado pelo vice-presidente, o pefelista Marco Maciel, e por ministros de que o PFL temeu perder cargos e deseja permanecer na base.
No entanto, para tirar proveito da meteórica rebelião pefelista, na qual se sentiu chantageado, FHC dirá que o partido, se vier a romper com ele, não perderá só postos, mas dividendos eleitorais em 2002 _confirmado um cenário de crescimento econômico.
Na visão de FHC, o PFL está isolado. Não teria como se aliar a outra força política, como Ciro Gomes (PPS) ou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na sucessão presidencial de 2002. Logo, precisará dos cargos e do apoio do governo para continuar um partido forte.
FHC dirá que sua popularidade está melhorando e que seus dois últimos anos de governo não serão "fim de festa". Pode até fazer um discurso público nessa linha.
A idéia é mostrar que, além da melhora na economia, haverá dinheiro para investir no social, o que dará cacife aos governistas nas eleições de 2002. Ou seja, não seria hora de romper a aliança.
FHC e o governador de São Paulo, Mário Covas, concluíram em reunião anteontem que, terminada a disputa pelas presidências da Câmara e do Senado, a tendência será a acomodação dos feridos. As eleições são no dia 14.
Apesar da ameaça de tirar cargos em represália à aliança PFL-oposição, FHC já transmitiu, via interlocutores, que terá paciência para esperar a recomposição total após a guerra no Congresso.
No entanto, deverá impor uma condição. O PFL precisará dar votos para aprovar medidas provisórias a partir desta terça-feira.
Os pefelistas desejam apenas que FHC não se importe que Inocêncio Oliveira (PE), candidato a presidente da Câmara, continue a buscar o apoio da oposição na disputa contra o tucano Aécio Neves (MG). FHC aceitará, desde que o pefelista abaixe mais o tom.
Isso já vem acontecendo. Na quinta-feira passada, depois de derrotar o governo, Inocêncio disse à Folha que votaria com FHC "matérias de interesse do país". FHC ainda deixará claro para o PFL que Inocêncio lhe pediu para não intervir na eleição na Câmara e que ACM é o responsável pela difícil situação do partido.
O veto de ACM ao peemedebista Jader Barbalho, candidato a presidente do Senado, gerou a aliança PMDB-PSDB contra o PFL. Tucanos apóiam Jader no Senado. O PMDB retribui a favor de Aécio na Câmara.
Presidente decide intervir em crise com PFL
Publicidade
da Folha de S.Paulo
Confiante de que terá força política nos dois últimos anos do mandato, Fernando Henrique Cardoso exigirá fidelidade do PFL, partido em crise com o governo. O presidente intervirá diretamente amanhã para acabar oficialmente com a "rebelião".
No bastidor, porém, a crise já terminou. FHC já foi informado pelo vice-presidente, o pefelista Marco Maciel, e por ministros de que o PFL temeu perder cargos e deseja permanecer na base.
No entanto, para tirar proveito da meteórica rebelião pefelista, na qual se sentiu chantageado, FHC dirá que o partido, se vier a romper com ele, não perderá só postos, mas dividendos eleitorais em 2002 _confirmado um cenário de crescimento econômico.
Na visão de FHC, o PFL está isolado. Não teria como se aliar a outra força política, como Ciro Gomes (PPS) ou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na sucessão presidencial de 2002. Logo, precisará dos cargos e do apoio do governo para continuar um partido forte.
FHC dirá que sua popularidade está melhorando e que seus dois últimos anos de governo não serão "fim de festa". Pode até fazer um discurso público nessa linha.
A idéia é mostrar que, além da melhora na economia, haverá dinheiro para investir no social, o que dará cacife aos governistas nas eleições de 2002. Ou seja, não seria hora de romper a aliança.
FHC e o governador de São Paulo, Mário Covas, concluíram em reunião anteontem que, terminada a disputa pelas presidências da Câmara e do Senado, a tendência será a acomodação dos feridos. As eleições são no dia 14.
Apesar da ameaça de tirar cargos em represália à aliança PFL-oposição, FHC já transmitiu, via interlocutores, que terá paciência para esperar a recomposição total após a guerra no Congresso.
No entanto, deverá impor uma condição. O PFL precisará dar votos para aprovar medidas provisórias a partir desta terça-feira.
Os pefelistas desejam apenas que FHC não se importe que Inocêncio Oliveira (PE), candidato a presidente da Câmara, continue a buscar o apoio da oposição na disputa contra o tucano Aécio Neves (MG). FHC aceitará, desde que o pefelista abaixe mais o tom.
Isso já vem acontecendo. Na quinta-feira passada, depois de derrotar o governo, Inocêncio disse à Folha que votaria com FHC "matérias de interesse do país". FHC ainda deixará claro para o PFL que Inocêncio lhe pediu para não intervir na eleição na Câmara e que ACM é o responsável pela difícil situação do partido.
O veto de ACM ao peemedebista Jader Barbalho, candidato a presidente do Senado, gerou a aliança PMDB-PSDB contra o PFL. Tucanos apóiam Jader no Senado. O PMDB retribui a favor de Aécio na Câmara.
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice