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06/02/2001 - 03h20

ACM e líder do PMDB trocam acusações

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LUIZA DAMÉ e RAQUEL ULHÔA, da Folha de S.Paulo

Um vídeo sobre suposto enriquecimento ilícito do líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Geddel Vieira Lima (BA), e sua família, divulgado e exibido ontem pelo presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), provocou uma troca pública de ofensas entre os dois.

"Não quero mais esse fanfarrão mandando na República. Ele está morto. Com a morte do Luís Eduardo (deputado, filho de ACM, morto em abril de 98), ele perdeu a alma", disse Geddel. O deputado fez insinuações de desonestidade contra a filha do senador pefelista.

""Até as grandes figuras têm pecados. O único (pecado) que conheço do Luís Eduardo foi ter salvo o deputado Geddel na CPI do Orçamento, quando ele já estava fisgado. Em retribuição, ele (Geddel) ataca a irmã do deputado que o salvou", afirmou ACM.

Durante as investigações da CPI, o nome de Geddel apareceu numa lista de uma empreiteira ao lado de um percentual (4%).

"Eu quero que ele diga se o filho era honesto e defendeu um homem sério, que estava sendo injustiçado, ou se era corrupto e defendeu um homem corrupto e desonesto. Eu acredito que ele era um homem sério. Se ele disser que o Luís Eduardo era corrupto, eu sou corrupto", disse Geddel.

O senador exibiu em um aparelho de televisão do seu gabinete o vídeo intitulado ""Geddel vai às compras". O vídeo mostra várias propriedades rurais e urbanas e outros bens que teriam sido comprados por Geddel e seus familiares, com insinuações de que teria sido usado dinheiro público.

No vídeo, Geddel é acusado de formar uma "quadrilha" com o presidente do PMDB, Jader Barbalho (PA), e com o ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, que praticaria atos de corrupção.

"O canalha disse que comprei um avião. Eu já provei que aluguei e paguei. Ele usa como prova documentos públicos, escrituras públicas, declarações de Imposto de Renda. Está tudo lá", afirmou o líder do PMDB.

O deputado questionou a propriedade de casas usadas por ACM nas praias de Mar Grande e Porto Seguro, na Bahia. ""Eu quero saber de quem é a casa de Porto Seguro, onde ele passa os finais de semana", afirmou Geddel.

O diretor da Secretaria de Comunicação Social do Senado, Fernando César Mesquita, afirmou que a casa usada por ACM em Porto Seguro é do dono do Colégio Objetivo, João Carlos Di Gênio, amigo do senador.

O deputado foi mais duro no ataque ao presidente do Senado. "Ele está tomando Viagra demais e Lexotan de menos", disse Geddel. Viagra é um medicamento usado contra a impotência sexual. Lexotan é um calmante.
Segundo Geddel, depois da morte de Luís Eduardo, o senador baiano "perdeu as perspectivas políticas".

"O ACM está acabando como tantos outros, como Pinochet", afirmou o líder do PMDB, referindo-se ao ex-ditador do Chile.

O presidente do Senado não tem dado trégua a Jader e a seus aliados, grupo ao qual se refere como "máfia que quer destruir o país". Esses peemedebistas, segundo ACM, são responsáveis por corrupção na Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia) e no DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem), ligado ao Ministério dos Transportes.

O objetivo é evitar que Jader seja eleito seu sucessor, em 14 de fevereiro. "O Jader vai ser presidente do Senado porque ele (ACM) é um blefão", disse Geddel.
 

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