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07/02/2001 - 03h14

ACM nega que FHC apóie candidatura de Jader no Senado

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da Folha de S.Paulo

O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), reagiu ontem com ironia e insinuações à reportagem da Folha sobre o apoio dado nos bastidores pelo presidente Fernando Henrique Cardoso à candidatura do senador Jader Barbalho (PA) à sua sucessão

"Acabei de ver a manchete dizendo que o presidente Fernando Henrique apóia Jader. Essa manchete, evidentemente, deve ser falsa, porque, se o presidente o apoiasse, teria feito Jader ministro. Mas ele (FHC) não o nomeou ministro exatamente pelas mesmas circunstâncias que hoje impedem Jader de ser presidente do Senado", disse o senador.

Em conversas reservadas, ACM havia revelado que FHC declarara a ele ter vetado Jader para o Ministério dos Transportes por achar que o peemedebista não tinha condições morais de ocupar o cargo. O episódio teria ocorrido no início de 97.

Na ocasião, o Palácio do Planalto queria nomear para o ministério o senador José Fogaça (PMDB-RS), que tem divergências com Jader no Senado. O PMDB teria vetado a escolha de FHC e indicado o próprio Jader para o cargo.

O que ocorreu, segundo o presidente do Senado, foi que FHC teria declarado que não nomearia o presidente do PMDB por questões éticas. E nomeou o gaúcho Eliseu Padilha, aliado de Jader.

Principal adversário político do presidente do PMDB no Senado, ACM tem feito denúncias de atos de corrupção supostamente praticados por Jader Barbalho e por seus aliados.

Chegou a escrever um livro com uma coletânea das denúncias contra o peemedebista, chamado "Jader- O Brasil não merece". Na declaração de ontem, ACM disse que "as restrições que muitos fazem aqui (no Senado) contra Jader o impediram de ser ministro".

O porta-voz da Presidência, Georges Lamazière, disse ontem que o presidente Fernando Henrique Cardoso não interferiu no processo de escolha dos presidentes da Câmara e do Senado, em referência a reportagem publicada ontem pela Folha.

"O presidente lembrou que desde o início ele indicou que não interferiria em assunto que diz respeito a outro poder e aos partidos.
Ele não interferiu e não interferirá. Não se pode apontar nenhum ato que
dê substância às análises constantes em matérias publicadas na imprensa de hoje", afirmou o porta-voz.

O presidente do Senado continua dizendo que o PFL está articulando um nome para concorrer com Jader e com o candidato da oposição, Jefferson Péres (PDT-AM). Ele justificou o adiamento da reunião da bancada do partido, que ocorreria ontem, na qual será definida a posição dos senadores na eleição.

"Foi um adiamento tático, porque estamos reunindo forças, algumas até díspares, para encontrar o candidato ideal e vencer no dia 14", afirmou.
Segundo ele, quanto mais a reunião do PFL for adiada, mais oportunidade o partido terá de buscar um consenso em torno da terceira via.

Ele definiu o perfil do candidato ideal como aquele que "reunir os votos que precisamos para vencer, dentro dos princípios da moralidade que a instituição merece". Segundo ACM, o candidato pode ser do PFL ou de outro partido que apóie sua posição.

De acordo com o senador, Péres tem todas as "qualidades" para presidir o Senado, mas não deverá ser o candidato do PFL "apenas por ser de oposição ao governo" de Fernando Henrique Cardoso.

O presidente do Senado e os demais pefelistas mantêm segredo sobre as atuais negociações. Segundo ACM, o nome do candidato poderá ser anunciado no próprio dia 14, data da eleição.

"Ele pode ser lançado até na hora, pelo Regimento do Senado. Não precisa nem haver inscrição. Chegou, votou, ganhou, perdeu", disse o senador baiano.

ACM ironizou a declaração de apoio dada ontem por Bernardo Cabral (PFL-AM) ao candidato da oposição.

"Vocês acreditaram?", perguntou. Depois, afirmou que o apoio não deixou o PFL mal, ""porque acho que é sincero".
 

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