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09/02/2001 - 03h34

Partido realiza jantar em clima de "já ganhou"

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da Folha de S.Paulo

O PMDB fez um jantar para mais de 350 pessoas na noite de anteontem em clima de "já ganhou", diante do favoritismo em relação às eleições para as presidências da Câmara e do Senado.

O discurso mais inflamado foi feito pelo líder do partido na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), que indiretamente referiu-se ao senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) como "Saddam Hussein de província".

O jantar foi uma demonstração da unidade do PMDB. Estiveram presentes quase todos os deputados federais e os senadores da legenda, além de deputados estaduais, três ministros e três governadores estaduais.

O pretexto para o encontro foi uma homenagem ao deputado federal Michel Temer (PMDB-SP), que presidiu a Câmara nos últimos quatro anos e é o candidato favorito para ser o novo presidente da sigla -no caso de vitória de Jader Barbalho (PMDB-PA) na disputa pela presidência do Senado, no dia 14 deste mês.

Até velhos desafetos da atual cúpula peemedebista estavam presentes ao encontro. Foi o caso de Orestes Quércia, ex-governador de São Paulo, e de Newton Cardoso, vice-governador de Minas.

Ao falar sobre a atuação de Michel Temer como presidente da Câmara, Geddel Vieira Lima insinuou uma comparação com ACM, que preside o Senado. "Michel não se comporta como um Saddam Hussein de província", disse o peemedebista. Apesar dos ataques a ACM, o clima foi de descontração. O candidato a presidente da Câmara pelo PSDB, o deputado federal Aécio Neves (MG), que tem o apoio do PMDB, também compareceu ao evento.

Ao encontrar-se com o deputado federal Benito Gama (que, durante o jantar, assinou a ficha de filiação no PMDB), o tucano disse, em tom de brincadeira: "Daqui para o PSDB é um pulo".

Na mesa ao lado, o peemedebista e secretário de Assuntos Legislativos do Palácio do Planalto, Moreira Franco, devolveu, sorrindo, a provocação de Aécio: "Olha que eu ouvi, hein?". E Aécio respondeu: "Tudo bem, daqui a um tempo vamos ser todos, PSDB e PMDB, uma coisa só".

Foram tantos os discursos da noite que o jantar propriamente dito só teve início pouco depois das 22h -estava marcado para começar às 20h30.

Michel Temer foi o último a falar. "(Homenagear) Michel Temer foi apenas um pretexto para o PMDB mostrar sua unidade e a sua pujança", disse ele.

Depois da filiação ao PMDB de Benito Gama no salão alugado no Hotel Nahoun -onde se realizou o jantar-, Geddel Vieira Lima cedeu seu lugar para o neopeemedebista na mesa onde estavam os principais dirigentes do partido.

"Eu quero ficar aqui embaixo, na mesa dos deputados da Bahia. Eu vou ficar falando com quem tem voto, se não ele (Benito) tira a minha vaga de candidato a governador", afirmou Geddel -que foi chamado de "o Rui Barbosa do PMDB" em tom de brincadeira por vários colegas do partido durante a cerimônia.

No final da noite, vários peemedebistas deixavam escapar um pouco de excesso de otimismo em relação à eleição de Jader Barbalho (Senado) e Aécio Neves (Câmara). "Se o Bornhausen for candidato, eu coloco o resultado final dentro de um envelope lacrado e dou para você abrir depois da eleição. Com o Bornhausen, já está decidido", disse Geddel.

"Agora eu sempre aplico o "deflator ACM" nas previsões que ouço do outro lado", afirmou sorrindo o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), numa referência à previsão errada do presidente do Senado sobre as dissidências na bancada do PMDB.

ACM havia previsto que seis a nove senadores peemedebistas votariam contra Jader na escolha do candidato do partido a presidente do Senado, mas houve apenas três dissidentes.

Especialista na contagem de votos no Congresso -desde quando foi peça vital para a aprovação da emenda da reeleição para FHC, em janeiro de 1997-, o ministro dos Transportes, Eliseu Padilha (PMDB-RS), dizia para os colegas que já conta com, "pelo menos", 43 votos a favor de Jader Barbalho na eleição para o Senado -a Casa tem 81 senadores e 41 votos já seriam suficientes para garantir a vitória ao PMDB.
 

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