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10/02/2001
-
04h19
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Uma suposta gravação na qual deputados recém-filiados ao PMDB falam de vantagens econômicas para entrar no partido gerou tensão na cúpula peemedebista desde o final da tarde de anteontem. Ontem, a preocupação chegou ao Palácio do Planalto.
Como reação, o PMDB chegou a divulgar uma fita de vídeo contra o senador
Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). ACM é acusado pelos peemedebistas de estar envolvido nas supostas gravações de conversas de deputados recém-filiados ao PMDB.
Entre os gravados estaria o deputado federal José Lourenço (BA), que era do PFL e se filiou ao PMDB em 17 de dezembro, em cerimônia em que estavam presentes o presidente nacional e candidato do PMDB ao comando do Senado, Jader Barbalho (PA), e o líder do partido na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA).
Geddel foi responsável pela negociação que levou para o partido quatro deputados federais. Além de José Lourenço, filiaram-se os deputados Leur Lomanto, Jonival Lucas Júnior e Roland Lavigne.
Nesta semana, o grupo de ACM perdeu mais um deputado -Benito Gama, que foi para o PMDB.
Ontem, Geddel repetiu gesto de ACM -que no início da semana exibiu fita contra ele- e convidou os jornalistas para assistir ao vídeo "ACM: um caso de polícia".
Produzida pela ONG Movimento pela Ética na Política, a fita chegou ao gabinete de Geddel na véspera e reúne uma série de denúncias e insinuações contra ACM. Segundo Geddel, o vídeo é anônimo -apesar de ter na capa a identificação da ONG.
Um dos deputados que teriam sido gravados, José Lourenço (PMDB-BA), disse ontem que recebeu um telefonema de um repórter da revista "Veja".
Na ligação, teria sido informado de que ele, Lourenço, tinha sido gravado e que, numa fita em poder da revista, teria dito que "Geddel não pagava o que foi acertado".
O "acertado" seria, supostamente, algum valor que o deputado receberia por sair do PFL e ingressar no PMDB. Lourenço nega qualquer negociação. Segundo Lourenço, ele também apareceria na gravação xingando Geddel de "ladrão" e o ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, do PMDB. Lourenço nega o xingamento.
As gravações conteriam ligações telefônicas, de acordo com Lourenço. Ele supõe que sejam montagens. Além de uma voz que seria sua, apareceria também nas conversas o ex-deputado Jonival Lucas (pai do deputado Jonival Lucas Júnior, outro ex-pefelista recém-filiado ao PMDB).
Outra voz apareceria em conversa com o Jonival pai. Seria um de seus filhos -não o que é deputado federal. A Folha falou com o ex-deputado Jonival, que negou qualquer conversa nesses termos.
Na cúpula do PMDB e no Palácio do Planalto, a autoria da fita é atribuída a pessoas ligadas a Antonio Carlos Magalhães.
A idéia seria constranger FHC, envolvendo um de seus ministros em suposta corrupção, e dar um motivo a senadores tucanos e peemedebistas descontentes com Jader para que descumpram o acordo PSDB-PMDB no Senado.
Suposta gravação com deputados gera tensão na cúpula do PMDB
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Uma suposta gravação na qual deputados recém-filiados ao PMDB falam de vantagens econômicas para entrar no partido gerou tensão na cúpula peemedebista desde o final da tarde de anteontem. Ontem, a preocupação chegou ao Palácio do Planalto.
Como reação, o PMDB chegou a divulgar uma fita de vídeo contra o senador
Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). ACM é acusado pelos peemedebistas de estar envolvido nas supostas gravações de conversas de deputados recém-filiados ao PMDB.
Entre os gravados estaria o deputado federal José Lourenço (BA), que era do PFL e se filiou ao PMDB em 17 de dezembro, em cerimônia em que estavam presentes o presidente nacional e candidato do PMDB ao comando do Senado, Jader Barbalho (PA), e o líder do partido na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA).
Geddel foi responsável pela negociação que levou para o partido quatro deputados federais. Além de José Lourenço, filiaram-se os deputados Leur Lomanto, Jonival Lucas Júnior e Roland Lavigne.
Nesta semana, o grupo de ACM perdeu mais um deputado -Benito Gama, que foi para o PMDB.
Ontem, Geddel repetiu gesto de ACM -que no início da semana exibiu fita contra ele- e convidou os jornalistas para assistir ao vídeo "ACM: um caso de polícia".
Produzida pela ONG Movimento pela Ética na Política, a fita chegou ao gabinete de Geddel na véspera e reúne uma série de denúncias e insinuações contra ACM. Segundo Geddel, o vídeo é anônimo -apesar de ter na capa a identificação da ONG.
Um dos deputados que teriam sido gravados, José Lourenço (PMDB-BA), disse ontem que recebeu um telefonema de um repórter da revista "Veja".
Na ligação, teria sido informado de que ele, Lourenço, tinha sido gravado e que, numa fita em poder da revista, teria dito que "Geddel não pagava o que foi acertado".
O "acertado" seria, supostamente, algum valor que o deputado receberia por sair do PFL e ingressar no PMDB. Lourenço nega qualquer negociação. Segundo Lourenço, ele também apareceria na gravação xingando Geddel de "ladrão" e o ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, do PMDB. Lourenço nega o xingamento.
As gravações conteriam ligações telefônicas, de acordo com Lourenço. Ele supõe que sejam montagens. Além de uma voz que seria sua, apareceria também nas conversas o ex-deputado Jonival Lucas (pai do deputado Jonival Lucas Júnior, outro ex-pefelista recém-filiado ao PMDB).
Outra voz apareceria em conversa com o Jonival pai. Seria um de seus filhos -não o que é deputado federal. A Folha falou com o ex-deputado Jonival, que negou qualquer conversa nesses termos.
Na cúpula do PMDB e no Palácio do Planalto, a autoria da fita é atribuída a pessoas ligadas a Antonio Carlos Magalhães.
A idéia seria constranger FHC, envolvendo um de seus ministros em suposta corrupção, e dar um motivo a senadores tucanos e peemedebistas descontentes com Jader para que descumpram o acordo PSDB-PMDB no Senado.
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