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10/02/2001 - 04h21

Mercadante se compara ao São Caetano

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da Folha de S.Paulo

O deputado Aloizio Mercadante (PT-SP), candidato da oposição à presidência da Câmara, se considera como o São Caetano, time de futebol do interior de São Paulo que disputou o título da Copa João Havelange como "zebra". Ele afirma que, caso eleito, não será um presidente de oposição ao governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Mercadante responsabiliza os candidatos do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), e do PSDB, Aécio Neves (MG), pela crise de credibilidade e popularidade da Câmara.

"Há um mecanismo de controle em que alguns são favorecidos, mas uma boa parte da base parlamentar são apertadores de botão e vivem de migalhas de emendas que são liberadas. Essa é a forma de controle do Executivo:
distribuir cargos e liberar recursos de emendas. Esse modelo
institucional está esgotado." A seguir, trechos da entrevista à Folha.
(DENISE MADUEÑO)

Folha - Se eleito, como seria sua relação com o Executivo?
Mercadante -
Não quero nem poderia ser o presidente da oposição. O presidente deve ser o presidente da instituição. Eu fui presidente da Comissão de Economia da Casa e nunca tive problema de falta de quórum. Todos os projetos que estavam na comissão foram votados. A distribuição das relatorias seguiu a proporcionalidade. Não tivemos problemas de relacionamento com o Executivo ou com quem quer que seja. É possível construir uma dinâmica diferente no Congresso. A relação com o Executivo tem de ser de independência e diálogo.

Folha - O senhor não seria opositor a Fernando Henrique Cardoso?
Mercadante -
Como não fui na presidência da Comissão de Economia. Quando eu queria fazer oposição, era o deputado que ia ao plenário. Na presidência da comissão, eu representava o conjunto dos deputados da comissão. Como presidente da instituição, você tem de assegurar a independência da instituição.

Folha - Os deputados de partido que apóiam sua candidatura somam 82. Não é uma candidatura frágil?
Mercadante -
É uma candidatura de base minoritária. Assim como temos sido minoritários em todas as críticas que temos formulado e em todas as atitudes que temos tomado no Congresso.

Somos uma bancada minoritária e por isso é pouco provável que a minoria possa se transformar em maioria. Mas, com os dossiês, as denúncias, as acusações e as insatisfações, mesmo na condição de minoria, podemos apresentar políticas que sejam capazes de permitir ir ao segundo turno.

Folha - Não seria difícil para a oposição presidir a Casa?
Mercadante -
Quem conduz a pauta, estabelece as votações e decide o mérito é a maioria da Casa. É possível ter um presidente que tenha atitudes, procedimentos e enfrente questões, que estabeleça a independência com o Executivo e que valorize a iniciativa dos parlamentares.

Nosso discurso tem apelo, força e reconhecimento na base do governo. Se é possível se transformar em uma força política capaz de presidir a Casa, não sei. Acho difícil, mas acho que estamos cumprindo nosso papel histórico, político e nosso lugar na democracia. Temos de ter humildade e realismo na vida pública. Estou meio como o "Azulão", o São Caetano.
Um time do interior que vai jogar na primeira divisão. Somos uma bancada pequena. Somos muito fortes na representação da sociedade. O PT vai governar 29 milhões de pessoas nas prefeituras. Apesar da representatividade, somos minoria, mas podemos empolgar uma parte da base do governo.

Folha - Na hipótese de o sr. não ser eleito, qual a tendência do partido no segundo turno?
Mercadante -
A bancada vai decidir analisando o comportamento do candidato na campanha, a proposta, o discurso e a trajetória para ver, dentro das opções possíveis, qual seria melhor.
 

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